Esperava-se que Sadiq Khan, o autarca do Partido Trabalhista que procura uma histórica terceira vitória consecutiva, ganhasse facilmente, mas há alguns receios de que a disputa possa ser mais cerrada do que se pensava.

Isto deve-se, sobretudo, ao facto de a participação nas eleições de quinta-feira -- num total de 40,5% - ter sido mais elevada nos subúrbios do que no centro da cidade.

A principal opositora de Khan, a conservadora Susan Hall, centrou a campanha em temas como a taxa imposta sobre veículos altamente poluentes, que se repercutiu nos subúrbios, onde os habitantes dependem mais dos carros para trabalhar e para deslocações essenciais.

Há também preocupações dentro do Partido Trabalhista de que Khan possa sofrer o revés da forte posição pró-Israel da liderança do partido sobre a guerra em Gaza, já que os resultados de sexta-feira mostraram claramente um apoio deprimido em áreas fortemente muçulmanas em Inglaterra.

Os resultados devem ser conhecidos à hora do almoço, mas fontes alertaram que o apuramento pode ser prolongado até a madrugada de domingo.

O Partido Conservador já perdeu 11 eleições legislativas parciais desde 2019. 

Partido Trabalhista elegeu com uma vitória esmagadora mais um deputado na circunscrição de Blackpool South, antes representada pelos conservadores.

O Trabalhista Chris Webb conquistou 58,9% dos votos, contra 17,5% obtidos pelo Conservador David Jones, de acordo com os resultados anunciados esta madrugada. 

A eleição de quinta-feira, que teve uma taxa de abstenção de 67,5%, realizou-se devido à demissão do deputado Conservador Scott Benton por violar as regras de lóbi.

O líder dos trabalhistas, Keir Starmer, destacou na sexta-feira a grande transferência de votos de eleitores para o principal partido da oposição.

"O Reino Unido está a exigir mudança. Está na altura de realizar umas eleições legislativas", escreveu na rede social X. 

A eleição em Blackpool decorreu no mesmo dia das eleições autárquicas em Inglaterra e no País de Gales, cuja contagem dos votos prossegue hoje.

Apesar de esperado, um mau desempenho poderá aumentar a pressão sobre o primeiro-ministro, Rishi Sunak, para antecipar as legislativas ou para se demitir da liderança dos 'tories'. 

O Governo tem até finais de janeiro de 2025 para realizar eleições legislativas, embora Sunak tenha indicado que pretendia que se realizassem no final deste ano.

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