Hungria critica Zelensky. "Ao acusar os russos, errou, esteve mal"
O Governo húngaro considerou hoje que o Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky forneceu "um mau exemplo" ao afirmar que o míssil que matou duas pessoas na terça-feira numa aldeia polaca junto à fronteira ucraniana era russo.
© Luka Dakskobler/SOPA Images/LightRocket via Getty Images
Mundo Ucrânia/Rússia
"Em semelhante situação, os dirigentes mundiais exprimem-se de forma responsável", declarou aos 'media' Gergely Gulyas, chefe de gabinete do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán.
"Ao acusar imediatamente os russos, errou, esteve mal", acrescentou, e congratulando-se pelo contrário com a atitude prudente da Polónia e dos Estados Unidos.
Varsóvia considerou "altamente provável" que se tratasse de um projétil antiaéreo ucraniano, ao referir-se a "um acidente infeliz", uma hipótese perfilhada pela NATO e a Casa Branca.
No entanto, para Volodymyr Zelensky o míssil era "russo". "O míssil não era nosso, sem qualquer dúvida", insistiu Zelensky no final de tarde de hoje em mensagem televisiva.
O primeiro-ministro Viktor Orbán, que tenta manter relações de proximidade com o Kremlin, em particular devido ao fornecimento de energia, mantém relações tensas com Zelensky, apesar de ter denunciado a ofensiva russa na Ucrânia.
"A Rússia é a única responsável por esta guerra, sem guerra não haveria queda de mísseis da Polónia", argumentou Gulyas, fazendo eco das declarações sobre este incidente anteriormente emitidas pela NATO e pela administração norte-americana.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.557 civis mortos e 10.074 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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