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Ex-Presidente da Geórgia denuncia "torturas" em tribunal

O ex-presidente da Geórgia Mikheil Saakachvili, detido desde outubro, denunciou hoje "torturas" de que terá sido vítima, ao comparecer num tribunal por acusações de abuso de poder, que considera de cariz "político".

Ex-Presidente da Geórgia denuncia "torturas" em tribunal
Notícias ao Minuto

17:48 - 29/11/21 por Lusa

Mundo Mikheil Saakachvili

Foi a primeira comparência perante a justiça do antigo dirigente do país do Cáucaso, atualmente o líder da oposição, desde a sua detenção em 01 de outubro após o regresso de um exílio de oito anos.

Presidente da Geórgia e também uma figura política na Ucrânia, Saakachvili cumpriu uma greve de fome durante 50 dias em protesto contra a sua prisão. Recomeçou a alimentar-se após ser transferido para um hospital militar a 20 de novembro, na sequência das observações de diversos médicos que consideraram que a sua vida estava em perigo.

"Todos sabem que não deveria estar preso, porque todas as acusações contra mim são forjadas e politicamente motivadas", disse Saakachvili no tribunal municipal de Tbilissi a partir do seu compartimento vedado e em vidro.

"Fui torturado, tratado de forma inumana, espancado e humilhado" em detenção, afirmou o ex-Presidente, com 52 anos e que durante a sua greve de fome perdeu cerca de 20 quilos.

Segundo organizações georgianas de direitos humanos, Saakachvili foi alvo de "torturas psicológicas" durante a detenção.

No tribunal, Saakachvili referiu "lamentar diversas faltas" cometidas durante os seus nove anos de poder, em particular a incapacidade em "construir um sistema judicial independente".

"Apresento as minhas desculpas a todos os que sofreram", declarou.

Apelou ainda a uma "mobilização pacífica" para pôr fim ao reinado do partido no poder Sonho Georgiano, do oligarca Bidzina Ivanichvili.

Mais de mil apoiantes do ex-líder manifestaram-se hoje perante o tribunal, agitando bandeiras da Geórgia e da União Europeia. Segundo a cadeia televisiva pró-oposição Mtavari TV, algumas dezenas foram detidos.

As autoridades georgianas tinham inicialmente proibido a comparência de Saakachvili no processo, mas alteraram a decisão após um pedido nesse sentido da diplomacia dos Estados Unidos.

Em 2018, foi condenado à revelia a seis anos de prisão por "abuso de poder" e enfrenta atualmente outros processos pelas mesmas acusações, que rejeita.

O processo de hoje relaciona-se com o seu alegado envolvimento na violenta repressão de manifestações da oposição em 2007, quando era Presidente do país.

Na ocasião, Saakachvili reconheceu que a polícia utilizou força excessiva. Demitiu-se e convocou eleições antecipadas, que venceu.

Ao pronunciar-se sobre este processo, a Amnistia Internacional (AI) denunciou "não apenas uma justiça seletiva, mas uma aparente vingança política".

Leia Também: Ex-presidente georgiano em greve de fome na prisão em estado crítico

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