Meteorologia

  • 18 MAIO 2024
Tempo
19º
MIN 13º MÁX 20º

Representações diplomáticas apelam aos talibãs que acabem com ofensiva

Mais de quinze representações diplomáticas em Cabul apelaram hoje ao grupo extremista talibã para que cesse a sua ofensiva no Afeganistão, após dois dias de negociações infrutíferas, em Doha, com encontrar uma solução para o conflito no país.

Representações diplomáticas apelam aos talibãs que acabem com ofensiva
Notícias ao Minuto

14:33 - 19/07/21 por Lusa

Mundo Afeganistão

Num comunicado, a delegação da União Europeia (UE), o gabinete do alto representante civil da NATO no Afeganistão e quinze embaixadas predominantemente ocidentais apelaram ao "fim urgente da ofensiva militar em curso lançada pelos talibãs, que está a dificultar os esforços para alcançar uma solução negociada para o conflito" no país.

O texto também é assinado pelas embaixadas da Alemanha, Austrália, Canadá, Coreia do Sul, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, Finlândia, França, Itália, Japão, Países Baixos, República Checa, Reino Unido e Suécia.

Os talibãs tomaram grandes áreas de território, sobretudo zonas rurais, desde o início de maio, aumentando o temor de que recuperem o poder pela força após a retirada das forças estrangeiras, que se prevê estar concluída no início de setembro.

"A ofensiva dos talibãs está em contradição direta com o seu apoio afirmado a uma solução negociada do conflito e ao processo de paz de Doha", sustentam representações diplomáticas, após outro fim de semana infrutífero de negociações sobre a paz, num processo paralisado desde o seu lançamento em setembro do ano passado.

A missão da ONU no Afeganistão (Unama), por sua vez, pediu hoje ao Governo afegão e aos talibãs um cessar-fogo "para permitir que todos os afegãos celebrem em paz" o Eid al-Adha, a festa muçulmana do sacrifício.

"As partes devem aproveitar a oportunidade de um cessar-fogo permanente, um acordo de paz e uma paz duradoura, oferecida pelas negociações de Doha", referiu a Unama.

Com a aproximação do Eid, que começa em 20 de julho e dura três dias, nenhum cessar-fogo ainda foi anunciado. Os talibãs declararam várias tréguas nos últimos anos por ocasião dos feriados muçulmanos, especialmente em maio durante o Eid al-Fitr, marcando o final do mês do Ramadão.

No domingo à noite, no final de uma nova ronda de negociações no Catar, as duas partes simplesmente indicaram num comunicado que haviam concordado na necessidade de encontrar uma "solução justa" e de reunir-se novamente "na próxima semana".

De acordo com o mediador do Catar, Moutlaq al-Qahtani, os dois lados -- Governo afegão e talibãs - "quase não concordaram" sequer em tentar "evitar baixas civis", longe portanto do esperado cessar-fogo.

O chefe do conselho do Governo afegão que supervisiona o processo de paz, Abdullah Abdullah, reconheceu hoje que "o povo afegão obviamente esperava muito mais".

"Mas a porta para as negociações continua aberta", disse Abdullah à AFP, referindo que espera progresso "dentro de algumas semanas".

No domingo, o líder dos talibãs, Hibatullah Akhundzada, repetiu, em mensagem por ocasião do Eid al-Adha, que se mantém "decididamente a favor de um acordo político", "apesar do avanço e das vitórias militares" dos dois últimos meses.

Os rebeldes encontraram nalguns locais apenas uma fraca resistência das forças afegãs, agora privadas do crucial apoio aéreo norte-americano e controlam principalmente eixos nas capitais provinciais.

As tropas da NATO, incluindo os militares norte-americanos, devem retirar-se do país até ao início de setembro.

Leia Também: Afeganistão faz regressar embaixador após sequestro da filha no Paquistão

Recomendados para si

;
Campo obrigatório