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França abre arquivos relativos ao genocídio em Ruanda ao público em geral

A França abriu hoje ao público em geral milhares de arquivos relativos à situação no Ruanda entre 1990 e 1994, 27 anos após o início do genocídio dos tutsis naquele país, segundo uma publicação no Jornal Oficial.

França abre arquivos relativos ao genocídio em Ruanda ao público em geral
Notícias ao Minuto

09:57 - 07/04/21 por Lusa

Mundo França

Trata-se de arquivos do ex-Presidente francês François Mitterrand e também do seu então primeiro-ministro Edouard Balladur.

Vários desses documentos, em particular telegramas diplomáticos e notas confidenciais, serviram de base a um relatório sobre o papel de França no Ruanda entre 1990 e 1994, apresentado por uma comissão de historiadores no final de março.

O relatório Duclert faz uma retrospetiva do envolvimento francês nos acontecimentos desses quatro anos decisivos, que levaram ao genocídio de 1994.

Os historiadores sublinharam, em particular, a responsabilidade de François Mitterrand e da sua equipa particular, que regularmente ignorou as várias advertências sobre os riscos de genocídio.

No entanto, o documento iliba a França de cumplicidade no massacre que deixou mais de 800.000 mortos, principalmente da etnia tutsi e os hutus que tentaram protegê-los.

Várias cerimónias estão planeadas, especialmente em França, para marcar o 27.º aniversário do genocídio.

Após um momento de meditação e uma deposição de flores em Paris às 10:00 (09:00 em Lisboa), vários discursos oficiais devem se seguir-se e um minuto de silêncio deve ser observado ao meio-dia.

Ao apresentar o relatório Duclert, Emmanuel Macron indicou que esperava uma reaproximação "irreversível" com Kigali.

Mesmo que as relações entre os dois países tenham melhorado com a chegada ao poder do Presidente francês em 2017, o papel de França no Ruanda continua a ser um assunto explosivo.

É também tema de um violento e apaixonado debate entre investigadores, académicos e políticos.

O genocídio teve início a 07 de abril de 1994 após os assassínios, no dia anterior, dos Presidentes do Ruanda, Juvénal Habyarimana (Hutu), e do Burundi, Cyprien Ntaryamira (Hutu), quando o avião em que viajavam foi abatido sobre Kigali.

A violência extrema causou a morte de cerca de 800.000 Tutsis e Hutus moderados em cerca de cem dias, um dos piores assassínios étnicos da história recente.

Leia Também: Recusada liberdade antecipada a condenado pelo genocídio no Ruanda

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