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Abastecimento de eletricidade e telecomunicações restaurado em Tigray

As redes de abastecimento de eletricidade e telecomunicações estão a ser restauradas de forma progressiva em Tigray, no norte da Etiópia, onde estavam praticamente cortadas desde 04 de novembro, com o início de um conflito armado.

Abastecimento de eletricidade e telecomunicações restaurado em Tigray
Notícias ao Minuto

15:43 - 14/12/20 por Lusa

Mundo Etiópia

O gabinete do primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, acusou hoje as forças dos líderes separatistas do Tigray de serem responsáveis pelos "pesados danos" nas redes de eletricidade e telecomunicações, que privaram a região de energia e comunicações durante mais de um mês.

Em 04 de novembro, Abiy Ahmed lançou uma operação militar na região de Tigray (norte do país), após meses de tensão crescente com as autoridades regionais da Frente Popular de Libertação do Tigray (TPLF, na sigla em inglês).

A região foi privada de fornecimento de bens, telecomunicações e energia, sendo desconhecida a situação militar e humanitária.

As forças federais viriam a proclamar o fim dos combates em 28 de novembro, com a captura de Mekele, capital regional, pelo Exército federal.

Sob pressão internacional para permitir o acesso de ajuda humanitária, Ahmed, que em 2019 foi galardoado com o Nobel da Paz pelos seus esforços com a vizinha Eritreia, fez no domingo a sua primeira viagem a Tigray desde o início do conflito.

O gabinete do chefe do Governo apontou que a rede telemóvel e a eletricidade tinham sido restabelecidas em Mekele, com as empresas responsáveis a continuarem os trabalhos de reparação noutros locais da região.

De acordo com a Cruz Vermelha Internacional, uma caravana de ajuda internacional chegou no sábado a Mekele, sendo a primeira desde o início de novembro.

"Esta é a primeira vez, desde que os confrontos começaram em Tigray, há mais de um mês, que a ajuda internacional chegou a Mekele", disse então a Cruz Vermelha, num comunicado, acrescentando que a caravana foi organizada em coordenação com as autoridades etíopes.

A caravana transporta medicamentos e suprimentos médicos para tratar mais de 400 feridos, além de material para o tratamento de doenças comuns e crónicas, para ser levado até ao Hospital Ayder, o principal de Mekele, e até ao escritório regional de saúde e à farmácia da Cruz Vermelha Etíope na cidade.

Em 02 de dezembro, a Organização das Nações Unidas (ONU) congratulou-se por ter obtido do Governo etíope autorização para acesso humanitário à região de Tigray.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, anunciou na noite de quarta-feira um novo acordo, "para missões conjuntas de avaliação", exigindo que a ajuda seja distribuída na região de Tigray "sem qualquer forma de discriminação".

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) disse na noite de sexta-feira que ainda não teve acesso aos quatro campos de refugiados da Eritreia em Tigray.

As organizações humanitárias internacionais registaram, pelo menos, quatro mortos durante operações de ajuda em Tigray.

Os governos da Etiópia e do Tigray não reconhecem a legitimidade um ao outro, e os combates em curso na região são o culminar de meses de fricção crescente desde que Abiy Ahmed tomou posse em 2018 e afastou do poder a até aí dominante TPLF.

Cerca de 50.000 pessoas fugiram dos combates e procuraram refúgio no Sudão.

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