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Portugueses envolvidos no naufrágio do Geo Searcher regressam hoje

Quatro dos cinco tripulantes portugueses do navio Geo Searcher, que naufragou em outubro no arquipélago de Tristão da Cunha, Atlântico Sul, vão regressar hoje a Portugal, disse à Lusa um dos sobreviventes.

Portugueses envolvidos no naufrágio do Geo Searcher regressam hoje
Notícias ao Minuto

18:13 - 04/11/20 por Lusa

Mundo Naufrágio

Os quatro técnicos navais de Aveiro e Vila do Conde, há uma semana na África do Sul, vão viajar hoje à noite na companhia KLM, com partida da Cidade do Cabo para Amesterdão às 00:30 locais (22:30 de Lisboa) e chegada prevista a Lisboa às 14:35 de quinta-feira, disse Daniel Silva.

O quinto elemento da tripulação lusa, o chefe de máquinas José Santiago, 55 anos, da Gafanha da Nazaré, permanecerá na África do Sul até sexta-feira para acompanhar o processo de investigação em curso do naufrágio do "Geo Searcher", adiantou.

"Queremos regressar a casa o mais depressa possível, isto não estava previsto, não foram estes os cálculos que fizemos, uma vez que o regresso seria no início de 2021 porque a época terminava no final do ano", frisou Daniel Silva.

Na Cidade do Cabo, referiu a mesma fonte, os técnicos navais portugueses foram acompanhados "incansavelmente" pelo cônsul-geral José Carlos Arsénio.

O técnico naval português, que era o eletricista do navio pesqueiro desde 2016, sublinhou à Lusa que sobreviveu por "milagre" ao naufrágio depois de quase meia hora dentro de água até ao resgate.

O naufrágio do navio "Geo Searcher", com 62 tripulantes e mais de 100 toneladas de carga a bordo, ocorreu na tarde de 15 de outubro, a 16 quilómetros de Gough, ilha vulcânica do arquipélago de Tristão da Cunha, no Atlântico Sul, onde o navio pescava lagosta quando "rasgou o casco ao embater numa rocha", que estava submersa.

Os cinco técnicos navais portugueses, e a restante tripulação, foram resgatados há duas semanas da estação meteorológica sul-africana na ilha de Gough, que conseguiram alcançar por meios próprios, pelo navio sul-africano de investigação científica "SA Agulhas II".

De acordo com Daniel Silva, o navio, registado em Belize, com 69 metros de comprimento, encontrava-se desde 02 de setembro na pesca da lagosta junto à ilha de Gough, no arquipélago britânico de Tristão da Cunha, a 2.000 quilómetros de Santa Helena, a ilha habitada mais próxima, e a cerca de 2.500 quilómetros da Cidade do Cabo, no sul da África do Sul.

A Ovenstone Agencies, concessionária de exploração de lagosta no arquipélago de Tristão da Cunha, adaptou a antiga embarcação norueguesa de pesquisa marítima em 2017, em Gdansk, Polónia, para a pesca da lagosta, efetuando também o transporte de bens e passageiros entre Tristão da Cunha e a África do Sul.

Daniel Silva avançou que a empresa está já a preparar a substituição do navio naufragado por forma a dar continuidade à licença inglesa de pesca de lagosta de cerca de 300 toneladas por ano até 2026.

"Eles têm que se munir de equipamento, neste caso um navio capaz de o fazer com sistema de congelação e tratamento como tinha o anterior e vão proceder a isso o mais breve possível, julgo que no ano que vem vão começar logo a preparar o navio para fazer a substituição do anterior", salientou Daniel Silva.

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