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Oposição da Guiné Equatorial anuncia libertação de dois presos políticos

O líder do partido Convergência para a Democracia Social (CPDS), oposição na Guiné Equatorial, afirmou hoje que o Presidente do país acedeu ao pedido para a libertação de vários presos políticos, tendo dois já saído em liberdade.

Oposição da Guiné Equatorial anuncia libertação de dois presos políticos
Notícias ao Minuto

17:50 - 17/02/20 por Lusa

Mundo Guiné Equatorial

"Ele comprometeu-se a libertar presos políticos. Sobretudo o companheiro do nosso partido, e ativista de direitos humanos [Joaquin Elo Ayeto], que estava há um ano detido injustamente, sem condenação", contou Andrés Esono Ondo à Lusa, por telefone.

A decisão foi comunicada ao CPDS pelo Presidente no país, Teodoro Obiang Nguema, na sexta-feira, durante uma reunião convocada pelo partido.

"Pedimos a libertação de outro grupo, de oito ou nove pessoas que foram detidas no mês de julho de ano passado", explicou o opositor, acrescentando que Obiang "se comprometeu a tirá-los" da prisão.

Esono Ondo referiu que a identificação de mais presos políticos "é uma situação um pouco complicada".

"Detém-se uma pessoa e, por medo, os familiares não se atrevem a denunciar ou a dar o nome dos detidos. Isto também nos criou um problema", disse o opositor.

Andrés Esono Ondo referiu que foram libertados dois detidos, incluindo Joaquin Elo Ayeto, também conhecido como 'Paysa', detido em fevereiro do ano passado, assim como um outro militante do CPDS.

"O que fizemos foi exigir a libertação de pessoas que já estavam há muito tempo detidas, sem julgamento ou sem pena", referiu.

O opositor relatou que o Presidente equato-guineense "disse estar a favor do diálogo", mas afirmou que aos olhos da CPDS, este "não é um diálogo sincero".

Para o futuro, Andrés Esono Ondo reafirmou o desejo da CPDS para "uma transição política" democrática e pacífica "para evitar um estalar do conflito" no país.

"Quando uma pessoa fica no poder durante 40 anos e não permite que haja democracia no país, os outros grupos, que também se sentem legitimados e com direito a aceder ao poder, podem ter a tentação de o procurar através da violência", alertou o líder da oposição, acrescentando que a solução para o país não pode passar pela violência.

Joaquin Elo Ayeto tinha sido detido em fevereiro de 2019, em sua casa, tendo, de acordo com o CPDS, sido transferido para a prisão de Black Beach, em Malabo. Enquanto esteve detido, o seu partido referiu que este esteve "muito doente".

Desde que obteve a sua independência de Espanha, em 1968, a Guiné Equatorial tem sido considerada pelas organizações de defesa dos direitos humanos como um dos países mais repressivos do mundo, em particular com acusações de detenção e tortura de dissidentes e repetidas alegações de fraude eleitoral.

Teodoro Obiang lidera o país desde 1979, quando derrubou o seu tio Francisco Macias num golpe de Estado, sendo o Presidente que há mais tempo está à frente de um país.

O país aderiu à Comunidade dos Países da Língua Portuguesa (CPLP) em 2014.

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