Habitantes da Grécia protestam contra novos campos de refugiados
Os habitantes das ilhas gregas do Mar Egeu manifestaram-se hoje em Atenas contra a sobrelotação dos campos de refugiados, que têm capacidade para seis mil pessoas, mas albergam atualmente mais de 40 mil migrantes.
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Mundo Grécia
Centenas de habitantes das ilhas demonstraram o descontentamento contra o governo conservador de Kyriakos Mitostakis, que pretende criar novos centros junto aos campos de refugiados que já se encontram sobrelotados.
Os manifestantes pediram o descongestionamento imediato das instalações e a transferência dos refugiados para território continental, não estando dispostos a aceitar a construção de novos campos nas ilhas.
"Os planos do governo indicam que todas aquelas pessoas continuem nas ilhas do Egeu do Norte. Nós pensamos que isto não é correto porque os refugiados devem ser repartidos por todo o país. Se não podemos conter a imigração, temos de a repartir", disse o governador da região do Egeu do Norte, Costas Muntsuris, presente no protesto.
Para a população insular, a indignação foi provocada pelo decreto lei aprovado, esta semana, pelo governo conservador e que prevê a requisição de terrenos nas ilhas de Lesbos, Samos e Quios para a instalação de novos campos de acolhimento de refugiados.
Logo após a publicação do decreto, as comunidades locais decidiram suspender a cooperação com o Executivo.
"O governo não vai dar marcha atrás" disse o porta-voz governamental, Stelios Petsas, em várias entrevistas durante os últimos dias.
Petsas insiste que o governo da Nova Democracia não tem prevista a expropriação forçada, mas apenas uma requisição por três anos, período em que as pessoas vão ser obrigadas a ceder as propriedades sem receber qualquer tipo de compensação.
Os ilhéus não acreditam que os novos centros vão substituir os que já estão em funcionamento assim como demonstram desconfiança em relação ao acordo com a Turquia que deve acolher parte das pessoas que se encontram nos campos.
Neste momento o campo de Samos alberga 7.300 pessoas, ultrapassando o número de habitantes da ilha: 6.250.
O governo garantiu a transferência de 20 mil refugiados para território continental no princípio do ano, mas até ao momento só foram retiradas das ilhas nove mil pessoas.
Além de prometer a legislação para requerentes de asilo, condição necessária para a transferência dos migrantes para o território continental grego ou para a Turquia, o governo aposta no reforço dos controlos fronteiriços e na instalação de barreiras flutuantes no mar para impedir a chegada de pequenas embarcações.
Esta iniciativa tem sido alvo de fortes críticas na imprensa local devido à grande dimensão da costa da Grécia.
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