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Turquia negoceia com ONU inquérito ao assassínio de Khashoggi
A Turquia está a negociar com a ONU a possibilidade de uma investigação internacional sobre o assassínio do jornalista saudita Jamal Khashoggi, disse hoje o chefe da diplomacia turca.
© Reuters
Mundo Diplomacia
"Estamos a conversar com o secretário-geral da ONU (António Guterres) e com outros parceiros", disse hoje o ministro dos assuntos externos, Mevlut Cavusoglu, sobre a hipótese de uma investigação internacional para averiguar o caso do assassínio do jornalista Khashoggi.
"Nos bastidores do G20 (início de dezembro), junto de muitos governos parceiros, incluindo o canadiano, expressámos o desejo de fazer uma investigação conjunta", acrescentou Cavusoglu, numa conferência de imprensa, em Ancara.
Jamal Khashoggi, jornalista crítico do governo da Arábia Saudita, foi morto em 02 de outubro passado por agentes sauditas no consulado de seu país em Istambul.
O Governo da Turquia tinha inicialmente dito que não queria um inquérito internacional, preferindo a cooperação direta com as autoridades sauditas.
Mas Ancara tem criticado repetidamente a falta de cooperação saudita, que diz que o assassínio foi cometido sem o seu consentimento.
As autoridades sauditas rejeitaram um pedido de extradição de um grupo de suspeitos, feito pela Turquia, que incluía dois funcionários próximos do príncipe herdeiro, Mohammed bin Salman, acusado por Ancara de ter participado no plano do assassínio.
Os dois suspeitos, Ahmed al-Assiri e Saud al-Qahtani, foram demitidos das suas funções em 20 de outubro, enquanto uma tempestade diplomática atingia a Arábia Saudita, após a morte do jornalista, que vivia nos EUA e trabalhava para o jornal Washington Post.
"Esses funcionários devem ser julgados de acordo com a lei turca", insistiu hoje Cavusoglu.
"Por que não querem que essas pessoas sejam julgadas na Turquia? Terão medo de que a identidade daqueles que deram a ordem para este assassínio seja revelada?", questionou.
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