Diabéticos, cientistas estão a desenvolver insulina em comprimido
Milhões de diabéticos podem ser poupados do sofrimento e do incómodo das injeções diárias de insulina.
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Cerca de 420 milhões de pessoas por todo o mundo sofrem de diabetes e por ano 3,7 milhões de mortes são atribuídas a esta doença, segundo os dados da Organização Mundial de Saúde.
Devido aos altos níveis de açúcar a circular no sangue, todas as pessoas com diabetes tipo 1 e algumas com diabetes tipo 2 (num estado avançado da doença) têm de se injetar diariamente, e várias vezes ao dia, com insulina. Mas isso pode acabar.
Um grupo de cientistas está a desenvolver uma nova forma de administrar a insulina, de forma oral. Liderados pela professora Mary McCourt, da Universidade de Niagara, no estado de Nova Iorque, estão a criar pequenas vesículas - bolhas cheias de líquido – que podem fornecer insulina a onde ela é necessária, sem uma agulha.
Estas novas vesículas são feitas de lípidos, moléculas produzidas naturalmente, que são os normais blocos de construção das gorduras.
Como reporta o Daily Mail, a professora Mary McCour conta: “desenvolvemos uma nova tecnologia chamada de Cholestosome. A Cholestosome é uma partícula neutra, de base lipídica que é capaz de fazer algumas coisas muito interessantes."
Segundo a mesma o maior desafio da administração oral de insulina é o facto de esta ter de passar pelo estômago intacta. As proteínas como a insulina não combinam muito bem com o ambiente altamente ácido do estômago. Degradam-se antes de haver a possibilidade de passar o intestino e a circulação sanguínea - onde são necessárias para reduzir os níveis de glicose no sangue.
Uma estratégia para ultrapassar o problema é embrulhar a insulina num revestimento para proteger a proteína e evitar que se desfaça com os ácidos do estômago. Está atualmente a ser testado em ensaios clínicos.
Mas a nova técnica da equipa da professora Mary McCour destaca-se pois pelos lípidos serem uma substância neutra resiste aos ácidos do estômago e consegue passar com sucesso pelo sistema digestivo e chegar à corrente sanguínea, onde depois as células a absorvem, libertando a insulina.
Esta inovação já está a ser testada em animais e os investigadores esperam que a insulina em comprimido esteja para breve.
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