Entenda como as redes sociais podem ter efeitos nefastos na saúde mental
Sentimentos de solidão associados a ansiedade e depressão.
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Estudo do ISPA conclui que as Redes Sociais podem ter efeitos nefastos na saúde mental.
O uso da internet e das redes sociais contribui para o sentimento de solidão, mesmo quando há indicadores de bons contactos sociais face-a-face. É esta a conclusão de um estudo dos investigadores Rui Costa e Ivone Patrão, do ISPA-Instituto Universitário, que procurou avaliar a relação entre o uso problemático (ou vício) da internet e o grau de interação social.
Os resultados revelam que, mesmo com bons indicadores de contactos pessoais e uma boa rede familiar e social – nomeadamente a não-interferência de tempo gasto online nas relações interpessoais – geram-se associações a sentimentos de solidão.
Tal poder-se-á dever ao facto de a comunicação online não proporcionar a riqueza sensorial que o cérebro necessita para que se gerem sentimentos de conexão social. Ao longo da evolução, o organismo humano desenvolveu processos neurofisiológicos que lhe permitem sentir-se socialmente ligado através da informação que recebe pelos sentidos face-a-face e do feedback corporal. Como esta informação sensorial está em grande medida ausente na comunicação online, é de esperar que esta gere sentimentos de solidão, afetando mesmo quem não tem razões objetivas para se sentir só.
A comunicação através das redes sociais é a atividade mais estreitamente ligada ao vício da internet. O seu objetivo, o de conectar pessoas, tem vindo gradualmente a construir um paradoxo, com um número crescente de literatura a demonstrar que a comunicação online contribui em grande parte para o desenvolvimento de sentimentos de solidão, conduzindo a efeitos nefastos para a saúde mental incluindo ansiedade e mesmo depressão. Este processo pode passar despercebido a muitos utilizadores que procuram constantemente ultrapassar o sentimento de solidão através de mais contactos online, criando assim um ciclo vicioso de dependência das tecnologias de comunicação, facilmente observada hoje em dia.
Este novo estudo dos investigadores do ISPA foi conduzido em 548 adolescentes e jovens adultos dos 16 aos 26 anos. As questões colocadas avaliaram o grau de uso problemático da internet, sentimentos de solidão e indicadores de bons contactos sociais em pessoa, nomeadamente em termos de relações amorosas, de amizade e familiares.
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