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Falta de acordo entre operadores de transportes encarece utilização

Especialistas em transportes ouvidos pela Lusa consideram que há poucas falhas técnicas a apontar ao cartão Viva Viagem, mas defendem que a falta de acordo entre operadores complica e encarece as deslocações eventuais na Área Metropolitana de Lisboa (AML).

Falta de acordo entre operadores de transportes encarece utilização
Notícias ao Minuto

08:27 - 10/08/13 por Lusa

Economia Deslocações

O Viva Viagem/Sete Colinas foi criado em 2005. É um cartão eletrónico, que funciona por aproximação aos validadores sem contacto, recarregável e destinado essencialmente a clientes que utilizam os transportes públicos com pouca frequência. Tem um custo de aquisição de 0,50€ e é válido durante um ano após a compra.

Este cartão aceita apenas o carregamento de um único contrato para a aquisição de títulos de transporte, que pode ser um bilhete diário, um conjunto de bilhetes ou a tarifa integrada ‘Zapping’ (carregamento de dinheiro no cartão que vai sendo descontado à medida que o utente valida o cartão nos diferentes meios de transporte).

Ou seja, não acumula títulos de operadores diferentes. Assim, se o cliente não comprou um título ocasional multimodal que cubra todos os operadores no percurso pretendido, e enquanto não esgotar o contrato existente no seu cartão, mesmo que esteja em causa um saldo de alguns cêntimos, terá de adquirir um novo cartão, se pretender mudar de transporte.

Luís Martinez, investigador do Centro de Sistemas Urbanos e Regionais (CESUR) do Instituto Superior Técnico (IST), admite que isto causa constrangimentos aos utentes, e acaba por gerar um custo adicional para a mobilidade.

O investigador estima que a venda mensal destes suportes na AML ronde quase 1 milhão de euros, o que, considera, “acaba por ser um negócio adicional para os operadores”, e, acredita, “pode ter sido uma das razões para a integração total dos títulos avulso ainda não estar concretizada”.

Fernando Nunes da Silva, também investigador do CESUR e professor do IST, afirma que, embora o princípio de funcionamento do cartão seja “de saudar”, na prática a deslocação com um mesmo cartão só é possível “na área central da cidade de Lisboa”.

Contudo, explica, do ponto de vista tecnológico, “não há qualquer problema” a apontar. É a falta de acordo entre operadores de transportes públicos na AML para uniformizar a bilhética que “introduz restrições à tecnologia”.

Luís Martinez sublinha que existem “mais de 1.900 títulos dentro da AML”, e considera que esta complexidade do sistema de tarifação “torna a utilização do Viva Viagem muito morosa, fazendo com que muitas pessoas tenham de ter vários cartões para terem títulos diferentes”.

Esta situação pode vir a ser resolvida, defende, “se se conseguir conciliar os interesses dos operadores privados e dos operadores públicos na tarifação do comprimento de viagem associado ao ‘Zapping’”. Não há, defende, nenhuma razão para que isto não seja possível. Até porque, lembra, esta integração tarifária já existe, por exemplo, no Porto e na maioria das capitais europeias.

No entanto, e embora seja esta também a visão da Autoridade Metropolitana de Transportes de Lisboa (AMTL) - que espera que, ainda em 2013, os operadores cheguem a um acordo que permita ao utente usar o mesmo cartão em todos os transportes da AML - a Metro Transportes do Sul (Metro Sul do Tejo), por exemplo, disse à Lusa que “não tem qualquer interesse em aceitar a integração neste sistema”. Também a Vimeca declarou que "não tem intenções" de integrar o 'Zapping'.

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