"Um dia de greve" na Autoeuropa "não põe em causa a vida" da fábrica
O secretário-geral da CGTP considerou hoje que "um dia de greve não põe em causa a vida de uma fábrica" e que o atual conflito na Autoeuropa deve ser uma "oportunidade" pra "abrir um rumo no futuro da produção".
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Economia CGTP
"Não é por um dia de greve que se põe em causa a vida de uma fábrica. Curiosamente, para alguns um dia de greve põe em causa a vida de uma fábrica e cinco ou seis dias de paragem da produção, por falta de acessórios, já ninguém fala sobre o assunto", afirmou Arménio Carlos sobre a nova paralisação aprovada na fábrica de Palmela, Setúbal, do grupo Volkswagen (VW).
O líder da intersindical defendeu existir a garantia que o modelo T-Roc "vai ser produzido em Portugal", acrescentando que já se deve começar a discutir o futuro da Autoeuropa no quadro da "revolução tecnológica da VW", isto é, a aposta nos veículos elétricos.
"Este é o momento certo, num momento de conflito para que todos se sentem e digam que querem resolver o problema e que seja uma oportunidade para abrir um rumo de futuro para abrir outras respostas do ponto de vista da produção da Autoeuropa nos próximos anos", argumentou aos jornalistas, à margem da concentração dos trabalhadores da Têxtil Gramax Internacional (ex-Triumph Internacional).
O responsável aproveitou para enviar recados aos "fariseus que falam sobre tudo e de tudo sabem pouco" que "parem com a ofensiva" e por estarem a desrespeitar os trabalhadores da fábrica de Palmela.
E esses trabalhadores "nunca precisaram de protetores nem quando assinaram acordos, nem quando rejeitaram acordos para dizer aquilo que pensavam e defender os seus direitos", garantiu.
Arménio Carlos notou o "interesse da direita" em que o processo corra mal, por os conflitos laborais possibilitarem aumentar a "pressão sobre o Governo para não mexer na legislação laboral" reclamada.
O responsável reafirmou o interesse dos trabalhadores na estabilidade da empresa, a necessidade da administração respeitar direitos e que não avance com a "imposição unilateral de medidas rejeitadas".
"Sente à mesa, negocie e encontre soluções [a administração]", instou.
Os trabalhadores da Autoeuropa aprovaram na quarta-feira, nos plenários realizados, uma proposta para uma greve de dois dias, em 02 e 03 fevereiro, disse o coordenador da Comissão de Trabalhadores (CT), Fernando Gonçalves, hoje à Lusa.
Depois da rejeição de dois pré-acordos sobre os novos horários negociados previamente com os representantes dos trabalhadores, a administração da fábrica anunciou a imposição de um novo horário transitório, para vigorar no primeiro semestre de 2018, e a intenção de dialogar com a CT no que respeita ao horário de laboração contínua, que deverá ser implementado em agosto, depois do período de férias.
O novo horário transitório, que entra em vigor nos últimos dias do mês de janeiro, com 17 turnos semanais, prevê o pagamento dos sábados a 100%, equivalente ao pagamento como trabalho extraordinário, acrescidos de mais 25%, caso sejam cumpridos os objetivos de produção trimestrais.
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