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Novo Banco? "Não estou nada descansado enquanto contribuinte"
O Novo Banco foi entregue ao fundo Lone Star, que o recebe a custo zero mas com o compromisso de o capitalizar com mil milhões de euros até 2020.
© Global Imagens
Economia Sousa Tavares
A solução para a venda do Novo Banco não é boa mas é a menos má. Há, no entanto, críticas por distribuir, nomeadamente ao líder do PSD e ao dinheiro com que os contribuintes já apoiaram a banca nos últimos anos. Foi desta forma que Miguel Sousa Tavares abordou este caso no seu espaço de comentário semanal no 'Jornal da Noite', na SIC.
“Eu não estou nada descansado enquanto contribuinte”, afirmou Sousa Tavares numa alusão à declaração de Marcelo Rebelo de Sousa sobre o negócio. “E mesmo que tudo corresse como o Governo diz e daqui a 30 anos o fundo de resolução devolvesse o dinheiro, eu agradeço mas daqui a 30 anos já não me serve para nada o dinheiro que eu já lá pus dos meus impostos”.
O tom irónico manteve-se quando falou de Passos Coelho, “que quer saber porque é que não se vendeu o banco todo. O que tem a fazer é fácil, é perguntar a Sérgio Monteiro, que foi seu secretário de Estado”, que teve “um belíssimo ordenado para durante dois anos tentar vender o Novo Banco, e falhou”.
“O BES passou a Novo Banco em estado calamitoso e a resolução e a gestão do Estado durante esses dois anos e meio agravou mais isso”, considerando que o dinheiro de contribuintes então lá posto “pura e simplesmente desapareceu”.
Ainda assim, acredita Sousa Tavares que esta “é a pior solução com exceção de todas as outras”, parafraseando a célebre frase de Winston Churchill sobre a Democracia. A liquidação, tal como a nacionalização, são assim postas de lado pelo comentador.
Questionado sobre se Passos Coelho estará a tentar aproveitar o tema para “cavalgar” um eventual afastamento entre o PS e os partidos mais à Esquerda, que criticaram publicamente o negócio, Sousa Tavares foi taxativo: “O que é que Pedro Passos Coelho anda a cavalgar” seria outro tema para debate.
“Ainda não percebi, porque ele [Passos] anda completamente à toa em todos os assuntos e aproveita qualquer oportunidade para tentar agitar as águas”, afirmou.
A Passos Coelho, ao Bloco de Esquerda e ao PCP, Sousa Tavares desafiou que se “chegassem à frente” com uma solução alternativa e respetivos custos. “Porque de promessas estamos todos cheios”, sentenciou.
“A conta que os contribuintes já pagaram à banca nos últimos anos vai em 13 mil milhões de euros. É um absurdo”, concluiu.
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