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BCE acordou "tarde demais" para deflação

O economista Luís Campos e Cunha criticou o Banco Central Europeu (BCE) por ter "acordado tarde demais" para uma potencial deflação na zona euro, considerando que esse é um problema "extremamente gravoso" que Portugal vive já há um ano.

BCE acordou "tarde demais" para deflação
Notícias ao Minuto

09:34 - 13/10/14 por Lusa

Economia Campos e Cunha

Em entrevista à agência Lusa, o ex-ministro das Finanças afirmou que Portugal está "em deflação há praticamente um ano e isso é extremamente gravoso".

"O BCE acordou tarde demais para uma potencial situação de deflação na zona euro", criticou Campos e Cunha, apelando a mais ações do que palavras da instituição liderada por Mario Draghi.

"Mais vale tarde do que nunca, mas também a verdade é que não temos visto muitas ações. É preciso palavras, mas também é preciso ações, atos e [é desses que] estamos à espera", afirmou o economista.

Para o professor universitário, o BCE deveria estar "neste momento" a comprar ativos -- privados ou dívida pública - em Portugal.

Campos e Cunha recordou ainda o caso do Japão, que vive uma situação de deflação prolongada e que, por isso, apresenta taxas de crescimento muito reduzidas, considerando que este exemplo "deveria ter alertado muito o BCE".

"O Japão está numa situação de deflação e de crise financeira, muito semelhante àquela que houve ao nível da Europa e dos Estados Unidos, e o Japão tem uma política monetária única e política orçamental. Ora, o que é que nós vemos na zona euro? Uma política monetária fragmentada e, portanto, menos eficiente e eficaz, e não há uma política orçamental, porque o Pacto Orçamental não é uma política orçamental", afirmou o economista.

Por isso, considerou, "os instrumentos tradicionais de combater a deflação são particularmente deficientes na zona euro", o que significa também que o BCE devia estar particularmente preocupado com a deflação".

Por outro lado, Campos e Cunha defendeu que "também é necessário convencer e forçar países a terem uma política orçamental expansionista", como a Alemanha, que criticou o plano de estímulos anunciados por Frankfurt no início de outubro.

"Os alemães estão errados e o Governo alemão está errado nesse aspeto. O problema da deflação é gravíssimo, muito mais grave do que a inflação, e portanto ninguém pode ser acusado de ser demasiadamente ativista, ter políticas muito fortes quando estamos com o espectro de deflação", considerou.

Para o ex-ministro, a Alemanha "tem de acordar em determinado momento", mas isso não está em mãos portuguesas: "Pensar que isso é possível aos portugueses é não perceber qual é o nível de reputação que neste momento Portugal tem ao nível europeu e qual é a capacidade e o peso que Portugal tem. Portugal é 1,5% da economia da zona euro, portanto estamos a falar de um sócio ultra minoritário nesta aventura política que é a União Europeia".

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