Wall Street sem direção com Netflix a arrastar setor do entretenimento
A bolsa nova-iorquina acabou hoje sem rumo, com o índice seletivo Dow Jones Industrial Average a beneficiar de resultados trimestrais positivos, mas com o tecnológico Nasdaq a sofrer com os 'males' da Netflix.
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Economia Bolsas
Os resultados definitivos da sessão indicam que o Dow Jones avançou 0,71%, para os 35.160,79 pontos, o Nasdaq recuou 1,22%, para as 13.453,07 unidades, e o alargado S&P500 acabou quase sem variação, ao fechar com uma desvalorização de 0,06%, para as 4.459,45 unidades.
"A grande história do dia foi a da Netflix", resumiu Art Hogan, da National Securities. "Foi uma sessão centrada nos resultados de empresas e a Netflix absorveu todo o 'oxigénio' da sessão", comentou.
O título do pioneiro da transmissão digital de filmes e séries teve hoje uma fortíssima queda, de 35,12%, algo inédito em 10 anos, com a sua capitalização a perder 50 mil milhões de dólares, segundo o instrumento de análise financeira Factset.
A Netflix surpreendeu os investidores na terça-feira ao anunciar, depois do encerramento da praça bolsista, a descida do lucro e sobretudo a perda de 200 mil assinantes, quando esperava aumentar o número destes em 2,5 milhões.
Esta foi a primeira vez em 10 anos que o grupo perdeu assinantes e a primeira vez que a ação tem uma perda desta dimensão.
O forte recuo da Netflix arrastou outros grupos de entretenimento, como Disney (-5,55%), Roku (-6,17%) e Warner Bros Discovery (-6,04%).
A Netflix atribuiu a erosão do seu número de clientes durante o último trimestre à suspensão do seu serviço na Federação Russa, depois da invasão da Ucrânia por tropas de Moscovo.
Ao contrário, o Dow Jones beneficiou dos resultados positivos anunciados por um dos seus pesos pesados, a Procter & Gamble, que fechou em alta de 2,45%.
A IBM, que também integra o Dow, também fechou em alta acentuada, de 7,10%, com os investidores a anteciparem resultados positivos, o que se confirmou quando foram apresentados, já depois do fecho da sessão.
Entre os indicadores, as vendas de habitações em segunda mão caíram em março nos EUA, pelo segundo mês consecutivo, com os compradores penalizados pela inflação, a que se acrescenta a subida das taxas de juro, com os preços das casas a continuarem a subir.
Segundo a Federação Nacional dos Agentes Imobiliários dos EUA, as revendas destas casas baixaram 2,7% em relação a fevereiro e 4,5% em relação ao mês homólogo.
O preço médio de uma casa atingiu os 375.300 dólares, um nível recorde e 15% superior ao valor na mesma época em 2021.
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