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Lucros do Santander Totta cresceram 0,9% para 298,2 milhões em 2021

O Santander Totta teve lucros de 298,2 milhões de euros no ano passado, mais 0,9% face a 2020, divulgou hoje o banco em conferência de imprensa.

Lucros do Santander Totta cresceram 0,9% para 298,2 milhões em 2021
Notícias ao Minuto

09:17 - 02/02/22 por Lusa

Economia Santander

Em 2021, o produto bancário atingiu 1.318 milhões de euros, mais 2,8% em termos homólogos, tendo a margem financeira caído 7,3% para 731,2 milhões de euros (que o banco justifica com as taxas de juro baixas e com a redução de 'spreads' do crédito devido à concorrência), enquanto as comissões líquidas aumentaram 14,3% para 426,6 milhões de euros (justificado por mais transações e mais atividade de seguros e fundos).

No comunicado hoje divulgado, o banco disse que o produto bancário "esteve bastante influenciado por proveitos de natureza não recorrente resultantes da gestão da carteira de títulos, já que a evolução das receitas recorrentes de natureza comercial, ao longo do ano, esteve condicionada por um cenário adverso, fruto da conjuntura económica incerta no contexto de pandemia, e, em especial, pela manutenção das taxas de juro negativas".

Os custos operacionais foram, em 2021, de 528,7 milhões de euros, menos 8,4% face a 2020, com os custos com pessoal a cederem 12% para 282,1 milhões de euros.

O Santander Totta reduziu 1.175 trabalhadores em Portugal em 2021 (a maior parte dos trabalhadores através de rescisão por mútuo acordo ou reforma antecipada, mas também houve o despedimento coletivo de 49 funcionários). Com a reestruturação o banco gastou, no ano passado, 260 milhões de euros (a grande maioria para cobrir as indemnizações dos trabalhadores, mas que também inclui gastos com a reestruturação tecnológica).

Ainda em 2021, o banco constituiu imparidades líquidas (de ativos financeiros ao custo amortizado), que são referentes sobretudo a imparidades de crédito, no valor de 73,5 milhões de euros, menos 60,8% face ao mesmo período de 2020, quando aumentou as imparidades para fazer face a eventuais perdas com créditos devido à crise pandémica.

No balanço, o total de crédito a clientes era de 43,4 mil milhões de euros no final de 2021, mais 1,7% face a 2020.

O crédito à habitação atingiu 21,9 mil milhões de euros, uma subida de 6,0%, e o crédito ao consumo 1,7 mil milhões de euros, um aumento de 2,1% em termos homólogos. Já o crédito a empresas caiu 1,6% para 16,1 mil milhões de euros.

O rácio de crédito problemático ('NPE - Non-performing exposures' em inglês) cedeu de 2,6% em 2020 para 2,3% em 2021.

Hoje, na apresentação de resultados, o presidente executivo do Santander Totta, Pedro Castro e Almeida, disse que o fim das moratórias de crédito não tem tido genericamente implicações na capacidade de os clientes pagarem os créditos, que situações problemáticas já advinham do passado.

Segundo o gestor, a contribuir para isso está a evolução da economia e as elevadas poupanças que os portugueses fizeram na crise pandémica. "Não antevemos problemas, mas o mundo muda rapidamente", disse.

Sobre a evolução das taxas de juro, considerou que também não deverá ser uma "preocupação grande" para a capacidade de os clientes pagarem as dívidas, sobretudo no crédito à habitação, considerando que a dificuldade em comprar casa estará mais no elevado preço das casas do que no acesso ao crédito.

Quanto ao impacto da nova recomendação do Banco de Portugal que impõe menores maturidades aos novos créditos à habitação, considerou que para o banco não terá grande impacto e que a duração média dos novos créditos já estava a convergir para 30 anos.

Quanto a recursos de clientes, no fim de 2021 eram de 46,9 mil milhões de euros, mais 8,5% face ao mesmo período do ano anterior, com os depósitos a subirem 6,8% para 38,5 milhões de euros.

Ainda na conferência de imprensa, o presidente do Santander Totta foi questionado sobre quanto já o banco recebeu dos contratos 'swaps' de cobertura de taxa de juro feitos com empresas públicas, não tendo querido indicar valores, referindo apenas que estão a terminar e que o montante remanescente a ser pago por essas empresas é "residual".

Pedro Castro e Almeida afirmou ainda que o banco não ganhou com esses contratos, pois cobriu esse risco com entidades terceiras.

"O que vinha nesses contratos foi o que pagámos também. Na altura levantou-se muito esse caso, de que o Santander estava a ganhar esse valor. Quando se falava de 800 ou 900 milhões de euros, não, nós cobrimos esse risco e quem está a correr esse risco é que está a receber esse dinheiro", afirmou.

O caso dos 'swaps' especulativos contratados por empresas públicas foi muito polémico em 2013, pelos custos que representavam para as empresas, e deu mesmo origem a uma comissão de inquérito no parlamento.

Então, uma investigação solicitada pelo Governo aos instrumentos financeiros subscritos por várias empresas públicas detetou contratos altamente especulativos, que não se limitam a fazer a cobertura de risco, através da fixação da taxa de juro [os designados 'swaps'], mas que estavam dependentes de variáveis complexas, como a variação cambial ou da cotação do petróleo, que levaram a grandes perdas para as empresas contratantes.

Em 2017, o Estado português e o Santander Totta fizeram um acordo para terminar os litígios judiciais relativos a esses contratos. Em causa estavam nove contratos de 'swap' celebrados entre Santander Totta e Metropolitano de Lisboa, Carris, Metro do Porto e STCP.

O acordo previu o cumprimento pelas empresas das sentenças do tribunal de Londres que reconheceram a validade dos contratos a desistência por parte de Portugal do recurso. Já o Santander Totta desistiu do pedido de indemnização contra o Estado.

No final de 2021, o Santander Totta tinha 4.000 milhões de euros de dívida soberana portuguesa, segundo informação dada em conferência de imprensa.

Sobre a situação política e económica atual, Castro e Almeida defendeu que Portugal continue a consolidação orçamental para baixar a perceção de risco e estar mais confortável quando o Banco Central Europeu reduzir a compra de dívida e quando as taxas de juro subirem. Defendeu ainda que nos próximos anos será muito importante a execução dos fundos comunitários e que a economia tem de crescer mais e aumentar os salários.

[Notícia atualizada às 16h39]

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