Segundo a apresentação de resultados, as contas entre janeiro e junho são impactadas pelo reforço de 214,2 milhões de euros nas provisões para perdas relacionadas com créditos em francos suíços concedidos na operação do BCP na Polónia.

Os resultados incluem ainda 87,2 milhões de euros de custos de reestruturação em Portugal. O BCP tem em curso um plano de reestruturação em que poderá reduzir até 1.000 trabalhadores, segundo estruturas sindicais.

A margem financeira manteve-se estável (768,2 milhões de euros no primeiro semestre), enquanto o produto bancário subiu 6,6% em termos homólogos para 1.122,6 milhões de euros nos primeiros seis meses do ano.

Os custos operacionais cresceram 7,9% para 591,8 milhões de euros, mas há que ter em conta que o banco registou 87,2 milhões de euros de custos de reestruturação em Portugal.

Segundo o presidente executivo do BCP, Miguel Maya, o banco pretende que saiam este ano entre 800 e 900 trabalhadores por reformas antecipadas e rescisões por mútuo acordo e admite recorrer a despedimento coletivo se não atingir as saídas pretendidas.

Sem os custos extraordinários, os custos operacionais teriam caído 4,3% para 504,6 milhões de euros.

As imparidades de crédito (líquidas de recuperações) caíram 34% para 156,9 milhões de euros, enquanto outras imparidades e provisões subiram 167,4% para 304,9 milhões de euros.

Entre janeiro e junho, o BCP reforçou em 214,2 milhões de euros as provisões para perdas relacionadas com créditos em francos suíços concedidos na operação do BCP na Polónia.

Olhando para o balanço, o crédito a clientes (líquido) subiu 4,1% para 55.885 milhões de euros e os depósitos cresceram 7,3% para 68.101 milhões de euros.

Por geografias, na atividade em Portugal, o resultado líquido foi de 45,1 milhões de euros no primeiro semestre, para o que contribuíram os resultados em operações financeiras (venda de dívida pública portuguesa e estrangeira) de 68 milhões de euros.

Na atividade internacional, teve prejuízos de 32,9 milhões de euros, devido sobretudo à operação na Polónia (prejuízos de 112,7 milhões de euros, face a 15,8 milhões de euros positivos no primeiro semestre de 2020).

A operação em Angola deu prejuízo de 4,9 milhões de euros (melhor do que os 7,8 milhões de euros negativos do primeiro semestre de 2020), enquanto a operação em Moçambique deu lucros de 37,9 milhões de euros (lucros de 38,5 milhões de euros nos primeiros seis meses de 2020).

No final de junho, o BCP tinha 6.937 funcionários em Portugal (menos 76 do que em dezembro de 2020) e 9.984 na atividade internacional (menos 338).

Em agências, tinha 458 em Portugal (menos 20 do que em dezembro de 2020) e 876 no estrangeiro (menos 26).

[Notícia atualizada às 06h36]