Sonae "na expectativa" que arresto da ZOPT seja "corrigido"
A presidente executiva da Sonae, Cláudia Azevedo, afirmou hoje que está "na expectativa" que "seja corrigido" o arresto de bens da ZOPT para que a parceria com a empresária angolana Isabel dos Santos seja dissolvida.
© Lusa
Economia Sonae
Cláudia Azevedo falava na conferência de imprensa dos resultados da Sonae de 2020, que decorreu por videoconferência.
Questionada sobre o processo de dissolução da ZOPT - detida em 50% pela Sonaecom e a restante metade por Isabel dos Santos -, Cláudia Azevedo disse estar a aguardar que a situação esteja resolvida.
"Em agosto do ano passado anunciámos que tínhamos chegado a acordo de dissolver a nossa parceria", recordou a gestora.
Mas, "o que acontece é que, neste momento, temos metade das ações da ZOTP arrestadas - o que nós achamos que é um erro -, porque o que o procurador angolano queria era arrestar a parte da engenheira Isabel dos Santos e das suas empresas", explicou, apontando tratar-se de "processos que estão em Angola e a Sonae não tem nada a ver" com o assunto.
No entanto, "ao arrestar, em vez de arrestar essa parte ou arrestar metade da ZOPT, arrestou também a participação da Sonaecom", disse.
Portanto, "estamos na expectativa que esse erro seja corrigido", já que o objetivo é "participarmos diretamente" na operadora de telecomunicações, ou seja, "a ZOPT acaba e nós participamos diretamente na NOS", sublinhou a presidente executiva da Sonae.
Além disso, "também não podemos distribuir dividendos", acrescentou.
"Acho que o tribunal tinha a intenção de que a outra parte não distribuísse dividendos ao fazer o arresto de 50 [metade], até podemos distribuir dividendos, mas também desses 50 metade iam para o parceiro", pelo que para cumprir a lei "também não fizemos", adiantou.
"Estamos na expectativa que isto seja corrigido já que toda a gente está consciente que a Sonae foi arrastada para um processo que não diz respeito à Sonae", afirmou, acrescentando esperar que o assunto "seja rapidamente corrigido".
E acrescentou: "A nossa intenção é participar na NOS, uma empresa que nós gostamos muito e até reforçámos a nossa participação e, de alguma forma, gostaríamos de estar no 'driving seat' [lugar do condutor] da NOS".
Em agosto, a Sonae informou a formalização de um contrato de compra e venda com o BPI para comprar 7,38% da NOS, adiantando que, quando a ZOPT for dissolvida, passará a deter 33,45% da operadora de telecomunicações.
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