CNA defende "controlo apertado" do mercado para evitar especulação
A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) apresentou hoje ao Governo um conjunto de propostas para resolver os problemas do setor, defendendo, por exemplo, um "controlo apertado" do mercado para evitar a especulação de preços.
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Economia CNA
"Tal como em março do ano passado, aquando do primeiro confinamento, hoje milhares de agricultores, principalmente pequenos e médios, viram os seus canais de escoamento desaparecerem, sobretudo os que vendem para a restauração. Para além dos problemas de escoamento, a descida generalizada dos preços à produção (que não se traduz em baixa de preços ao consumidor), que se tem acentuado no último ano, conduz muitos destes agricultores a uma situação de verdadeira ruína", apontou, em comunicado, a CNA.
Entre os exemplos apontados pela confederação está a redução dos preços da carne de suíno na ordem dos 30%, segundo dados do Gabinete de Planeamento, Políticas e Administração Geral (GPP).
No entanto, conforme apontou a CNA, os problemas são extensíveis a todos os subsetores, das hortícolas aos laticínios, pela baixa de preços ao produtor e dificuldades de escoamento.
Neste sentido, a CNA defendeu um "controlo apertado do mercado de forma a evitar a especulação de preços", a replicação das medidas de simplificação e flexibilização de regras dos apoios e exercício da atividade em vigor em 2020, a antecipação do pagamento das ajudas diretas, medidas agroambientais e de apoio às zonas desfavorecidas para julho, bem como a criação de uma medida de apoio à perda de rendimento.
Por outro lado, a confederação quer que seja executado um programa de compra de produtos locais para cantinas públicas e prevista a criação de medidas de retirada de produtos.
Os agricultores reclamam também a reposição da medida da eletricidade verde para o valor a incidir sobre a totalidade da fatura.
"A CNA considera, ainda, que, para fazer face à pandemia, o Estado deve procurar garantir o acesso às vacinas que permitam acelerar o processo de vacinação generalizada da população, diversificando a compra de vacinas e assegurando o seu fornecimento, não sendo admissível a situação de condicionamento provocada pelos interesses comerciais das grandes farmacêuticas, nem a situação de dependência face às opções contratuais e força negocial da União Europeia", concluiu.
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