Acionistas exigem revisão das regras de governação no Banco Africano
Os governadores do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) defenderam hoje o fortalecimento das práticas de governação desta entidade financeira, autorizando a criação de um grupo de trabalho para rever o enquadramento dado às denúncias anónimas.
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Economia Banco Africano
"Apelamos ao Grupo [do BAD] para fortalecer a governação interna, cumprimento das regras, funções de controlo e responsabilização, para se alinhar com as melhores práticas das instituições comparáveis", lê-se no comunicado final de 16 pontos assinado pelos representantes dos 81 países e instituições que são acionistas do banco.
O texto, divulgado no final das reuniões de hoje e quarta-feira que marcaram os Encontros Anuais do banco, defende ainda a criação de um grupo com o específico objetivo de rever a regulamentação aplicada às denúncias anónimas.
"Neste sentido, e num espírito de unidade e colaboração, autorizamos o estabelecimento de um Comité do Conselho de Governadores para supervisionar a revisão da regulamentação usada no banco para as críticas e sobre questões éticas", lê-se no texto, que anuncia também que esta revisão deverá analisar um conjunto de práticas e normas sobre o código de conduta, as queixas, as denúncias e as práticas usadas no banco.
O objetivo é "garantir o mais elevado nível de responsabilização, credibilidade, integridade e promover a transparência e a independência", conclui.
A declaração dos governadores surge depois da votação sobre a reeleição do presidente, Akinwumi Adesina, que garantiu o apoio de todos os acionistas, e acontece no final de um processo de turbulência interna devido às denúncias feitas por um conjunto anónimo de funcionários sobre a atuação do banqueiro.
Os governadores do BAD são geralmente os ministros das Finanças e da Economia ou os governadores dos bancos centrais dos 54 países africanos que são membros do BAD, a que se juntam mais 27 membros não regionais, entre os quais está Portugal, que foi representado nas reuniões pela secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Teresa Ribeiro.
Recentemente, Adesina foi alvo de acusações feitas por um conjunto anónimo de funcionários sobre favorecimento de familiares e atribuição de contactos. A decisão da comissão de ética do banco, que ilibou o presidente da instituição, foi criticada pelos Estados Unidos da América, a que se juntaram depois outros membros não regionais, como os Países Baixos e o Reino Unido.
A comissão nomeou então um grupo de trabalho, do qual fazia parte a antiga Presidente da Irlanda Mary Robinson, para validar as conclusões da investigação, tendo o grupo concluído que Adesina devia ser absolvido de todas as acusações feitas pelo grupo anónimo de funcionários e que o comité de ética analisou de forma isenta o caso.
Os próximos Encontros Anuais do BAD serão realizados em Acra, a capital do Gana, de 24 a 28 de maio de 2021.
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