Se Nuno Gomes foi, é e seguramente vai continuar a ser um dos 'meninos bonitos' do Benfica, dado o legado que construiu ao longo da carreira no clube da Luz, Jonas está a traçar um caminho que lhe irá conferir para sempre um lugar de destaque na história do clube. Em entrevista ao site 'Goal.com', o antigo internacional português considerou que o camisola 10 é "um dos melhores jogadores que já passou pelo Benfica" e comentou ainda outros temas como o passado com Jardel e Liedson, o papel de Luisão nas águias, a ascensão de Ederson e o momento complicado de Renato Sanches.

Jonas: "Tenho pena de não ter jogado com o Jonas. Apesar de achar, com as devidas diferenças, que nós pisamos os mesmos terrenos no campo, acho que conseguiríamos jogar juntos. Quando olhamos para o Jonas, não vemos aquele jogador forte, musculado e que decide por causa da força. Ele decide os jogos porque está sempre no lugar certo ou tecnicamente é diferente dos outros. É um jogador com uma técnica acima da média. Talvez ele tenha sido o melhor avançado que passou pelo Benfica, apesar de o clube ter tido outros grandes avançados, como eu [risos]. Teve ainda o Cardozo, por exemplo, que também deixou uma grande marca aqui e fez muitos golos. Só que o Jonas e o Cardozo são jogadores diferentes, não tem nada a ver um com o outro em termos de qualidade técnica e características físicas. Jonas é, com certeza, um dos melhores jogadores que já passou pelo Benfica."

Comparação com Jardel e Liedson: "O Jardel foi durante alguns anos o grande culpado por eu nunca ter conseguido ser o melhor marcador do campeonato. Eu ficava sempre no segundo lugar [risos], enquanto o Jardel era sempre o primeiro. Ele era exatamente isso: golo. Uma bola perdida na área e aparecia o Jardel para fazer o golo, fosse de pé esquerdo, pé direito, e de cabeça, então, era fortíssimo. O Liedson era igual. Era mais móvel, não ficava muito fixo na área à espera de finalizar, também gostava de cair nos flancos e fazia diagonais. Um ataque com esses três, e comigo quatro, daria dor de cabeça a qualquer treinador [risos]. 

Luisão: "Tem uma carreira no Benfica que fala por si só e acredito que vai receber uma oportunidade para continuar no clube após terminar a carreira. Ele mesmo, aliás, já disse que gostaria continuar em Portugal. Vejo isso com bons olhos, porque é um jogador que sabe o que é o Benfica. Chegou novo, sempre se dedicou ao máximo e percebeu rapidamente a grandeza do clube. Consegue transmitir tudo isso aos novos jogadores e aos que chegam de fora, sabe muito bem qual é a mística do Benfica."

Ederson: "Está entre os três melhores guarda-redes do mundo. Pode chegar ao posto de melhor do mundo e muito por culpa daquilo que eu acho que é o segredo dele: a humildade: Espero, aliás, que isso nunca mude. Também tem muito foco no trabalho. Sentiu cedo que nada se consegue sem trabalho e passou momentos difíceis em Portugal. Só chegou onde chegou porque teve que trabalhar, manter o foco e, talvez, trabalhar até mais do que os outros. Já chegou num patamar tão alto e que pode ser ainda maior, porque continua a trabalhar da mesma forma."

Renato Sanches: "Não sei se o Bayern de Munique foi a melhor escolha... Mas isso agora é fácil de falar. Não deu certo, embora eu acredite que ainda vai dar, até mesmo no próprio Bayern de Munique. Apesar de ser um ótimo jogador, de ter sido campeão com o Benfica e da Europa com a seleção, estamos falando de um jogador de apenas 18, 19 anos. Muitas vezes a estrutura abana. Acho que com o Carlos Carvalhal, um treinador que o conhece bem, vai voltar pouco a pouco a ser o Renato Sanches que nós conhecemos."