Adeus, Liga dos Campeões. Olá, Liga Europa. O Sporting perdeu diante do Eintracht Frankfurt (1-2), esta terça-feira, e não cumpriu o objetivo de continuar na prova milionária, mas terá agora a oportunidade de tentar a sorte na segunda principal prova de clubes do futebol europeu.

A verdade é que isto não é como começa, mas sim como acaba. E há dois contextos que sustentam a célebre frase na perspetiva dos leões: a do percurso na Champions e a do jogo decisivo.

Se recuarmos no tempo, facilmente recordamos que o Sporting conseguiu abrir a fase de grupos da competição com dois triunfos e aquilo que parecia ser meio caminho andado para o apuramento (e até para o primeiro lugar) rapidamente se tornou num inferno com as derrotas frente ao Olympique de Marseille a baralharem as contas da equipa de Rúben Amorim.

E depois basta olhar para o jogo desta terça-feira em Alvalade. O Sporting entrou razoavelmente bem, marcou perto do intervalo através de Arthur Gomes e fechou o primeiro tempo na liderança do grupo D. Tudo parecia correr bem. Mas o fim foi outro.

O Eintracht Frankfurt deu a volta ao resultado em dez minutos - com o penálti convertido por Kamada e, na entrada para os últimos minutos, com o remate certeiro de Arthur Gomes - e o Sporting foi do céu ao inferno, caindo para a última posição em função do empate que se verificava até então em Marselha.

O apito final suou em Alvalade, houve a festa dos alemães pelo apuramento e o natural descontentamento dos sportinguistas que, enquanto iam saindo, perceberam que a equipa não estava fora das competições europeias, mas sim na Liga Europa. A razão? O Tottenham marcou ao cair do pano, saltou para a liderança e permitiu que o Sporting fosse 'repescado' para a terceira posição.

Vamos então às notas da partida:

Figura

Kolo Muani acaba por ser, inevitavelmente, a figura do encontro, na medida em que o remate certeiro aos 72 minutos selou a reviravolta dos leões e permitiu que o Eintracht Frankfurt saltasse para posição de apuramento na Liga dos Campeões. Ainda que não tenha realizado a melhor das exibições, o avançado francês cumpriu nos 80 minutos em que esteve em campo e acabou por estar envolvido, direta e indiretamente, no lance dos dois golos.

Surpresa

Arthur Gomes espalhou o seu perfume no relvado de Alvalade e terá sido mesmo o melhor dos 22 jogadores em campo no primeiro tempo. Não pelo golo que marcou, mas por tudo aquilo que ofereceu às dinâmicas ofensivas da equipa de Rúben Amorim. O ex-Estoril registou momentos sublimes com a bola e arrancou aplausos por diversas ocasiões na forma como ganhou alguns duelos e não desistiu dos lances. Fica ligado ao fio do jogo, essencialmente, pelo remate de primeira aos 39 minutos, mas foi bem além disso...

Desilusão

Matheus Reis entrou para o lugar do lesionado Nuno Santos à passagem da meia hora de jogo e não se pode dizer que tenha cumprido na íntegra. Defensivamente não se pode dizer que tenha comprometido totalmente a equipa até porque ganhou vários duelos e intercetou algumas jogadas no seu corredor, mas deixou muito a desejar no capítulo ofensivo. Nas duas ocasiões em que podia ter ameaçado o golo, acabou por tremer e permitir que o aparente perigo... o deixasse de ser.

Treinadores

Rúben Amorim não inventou na hora de montar o onze para o decisivo duelo com vista à continuidade na prova milionária, mas a equipa não parece estar a produzir o que já conseguiu em tempos. A primeira parte até foi positiva, essencialmente pela vantagem ao intervalo, mas depois veio a desconcentração na segunda metade. O jovem técnico ainda tentou corrigir algumas lacunas e começou a fazer entrar jogadores após o penálti sofrido, mas de pouco valeu, de tal forma que o Sporting nem à baliza conseguiu rematar.

Oliver Glasner soube como contornar as adversidades colocadas pelos leões e parece ter idealizado a estratégia perfeita para dar a volta ao resultado na segunda parte. O Eintracht Frankfurt surgiu mais atrevido no ataque e 'encostou' os leões em vários momentos, sendo que dois deles foram mesmo fatais. A entrada de Rode logo no reatar da partida terá sido crucial para que os alemães passassem a criar mais perigo junto da baliza de Adán, estacando as iniciativas dos verdes e brancos.

Árbitro

Slavko Vincic terá tido o lance de avaliação mais discutível no momento em que resolveu assinalar penálti por braço de Coates na bola, à passagem da hora de jogo. O defesa do Sporting ainda reclamou uma carga de Kamada, mas o árbitro esloveno não foi na conversa. O VAR nada disse e a decisão acabou por dar o mote para que o Eintracht iniciasse a reviravolta na partida, ao empatar na conversão da grande penalidade.

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