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Trengo traz 16 espetáculos de circo ao Porto

Trengo a caminho da sua terceira edição.

Trengo traz 16 espetáculos de circo ao Porto
Notícias ao Minuto

13:55 - 20/06/18 por Lusa

Cultura Festival

A terceira edição do festival Trengo, que decorre de 30 de junho a 08 de julho, vai apresentar, em três espaços do Porto, um total de 16 espetáculos de circo.

Além das 11 criações nacionais e de outras cinco internacionais, estas em estreia nacional, o festival vai contar com palestras, oficinas de formação e debates, com destaque para as estreias de "Arquétipo Acto II", da companhia Radar 360, "Fugu", de Gilberto Oliveira e Margarida Fernandes, ou ainda "Rojo Estándar", dos espanhóis Lanordica.

O evento desdobra-se entre os espetáculos de rua, de assistência gratuita no Jardim Paulo Vallada e na Quinta do Covelo, e três peças apresentadas no Teatro Municipal Rivoli: "Fugu", a 30 de junho, "Baixos e Altos", da companhia portuguesa FIAR, a 06 de julho, e "Mundo Interior", de João Garcia Miguel, com a companhia O Último Momento, no dia 07.

Entre a programação estão ainda dois "Trengolas", no dia 01 e no dia 08, na Quinta do Covelo, que consiste na primeira apresentação de vários espetáculos ainda em construção, de Teresa Santos ou Daniel Gonçalves, além de três estreias nacionais, e a estreia da versão de rua de "Savar AM", da Erva Daninha.

Com o apoio, pela primeira vez, da Direção-Geral das Artes, de 40 mil euros, o festival pôde "dobrar o orçamento" e aumentar não só "a qualidade da programação mas também da receção de artistas e programadores", permitindo a observação de espetáculos por observadores estrangeiros, destacou à Lusa Julieta Guimarães, que assume com Vasco Gomes a direção artística.

Por outro lado, o apoio do Teatro Municipal do Porto, que cede o espaço para três espetáculos, aliado à DGArtes, permitiu ainda ao Trengo atribuir "três bolsas de apoio à criação a projetos nacionais", para apoiar a área do novo circo e circo contemporâneo, ainda "uma área em desenvolvimento em Portugal".

Os apoios da Direção-Geral das Artes, ao evento, mas também a alguns espetáculos da programação, reforçam a valorização "do circo e das artes de rua", considerou Julieta Guimarães.

"Não chega trazer exemplos franceses e belgas a Portugal, sem dar financiamento a quem trabalha cá, se não vai tudo estudar e trabalhar para fora, e nós precisamos de pessoas aqui que façam coisas, e para isso é preciso dinheiro", resumiu.

O maior financiamento ao novo circo permite ainda "construir espetáculos com dimensão europeia para se trabalhar a uma escala europeia", e não espetáculos mais pequenos que têm, depois, "mais dificuldades de entrar no mercado internacional".

Entre a programação, que contempla 16 espetáculos, o reforço do financiamento não serviu para aumentar em número, mas "no apoio à criação", apresentando na agenda cinco peças internacionais.

"Ao invés de um tema, o que temos no festival é uma tentativa de trazer o circo muito para o contemporâneo. Gostamos até de distinguir o circo contemporâneo do novo circo, apresentando espetáculos mais completos, que trabalhem conceitos, mais de autor", apontou, destacando ainda a "mistura de linguagens", como a "presença constante do movimento e da dança".

Assim, começam a surgir misturas nos espetáculos, que aproveitam "o grande movimento da dança na cidade" mas também aspetos teatrais, bem como artistas "que não ligam só ao virtuosismo mas também à transmissão de ideias e emoções", o que se liga também ao que o público, que "já viu os mortais e os trapézios todos", procura.

"A dança, por exemplo, tem um lado comercial, e depois há a dança contemporânea e clássica. O circo também tem isso, mas em Portugal ainda estamos presos à ideia de que o circo é só comercial e entretenimento", comentou.

Nas duas primeiras edições, o público "aderiu muito bem, com uma mistura assumida entre coisas mais de entretenimento e outras mais contemporâneas". "Na rua não engana. Se a pessoa não gostar, vai embora, mas nunca tivemos problemas de público", contou a diretora artística.

A expectativa da organização é "manter o número de público", mesmo que isso não seja a principal preocupação do evento, que pretende sensibilizar para a existência do circo contemporâneo no Porto, facto para que a programadora e antiga diretora do Teatro Rivoli "Isabel Alves Costa [1946-2009] foi um marco", tendo levado a que a Erva Daninha, companhia organizadora, a par da empresa municipal Porto Lazer, se tenha tornado residente do Teatro Municipal do Porto (TMP).

Sobre o foco de apoiar um "trabalho em rede de há muitos anos" com os vários agentes do setor, de criadores a outros festivais, salas de espetáculos e programadores, entre outros, pretende-se "prestigiar a área e retirar o preconceito", além de apoiar a internacionalização.

Já confirmados estão programadores portugueses, brasileiros e espanhóis, e o foco no apoio a artistas para apresentarem espetáculos no estrangeiro vai continuar num novo "projeto de apoio à criação e desenvolvimento do circo português".

A nova iniciativa acontece por parceria da Erva Daninha com o Teatro Municipal do Porto e vai arrancar no verão, tendo depois "um outro momento no outono" e a presença mais significativa do circo na programação do TMP.

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