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"Estado não se pode demitir da correcção das injustiças"
O escritor Miguel Sousa Tavares julga que “o Estado não pode demitir-se da sua função de correcção das injustiças pré-existentes e, não o conseguindo, acorrer aos que, sem ajuda e sem protecção, não têm o mínimo de dignidade de vida: é para isso que pagamos impostos”. A opinião foi publicada na edição desta semana do Expresso.
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Política Miguel Sousa Tavares
“O Estado não pode demitir-se da sua função de correcção das injustiças pré-existentes”, disse Miguel Sousa Tavares na sua crónica semanal no semanário Expresso, referindo que caso o Executivo não o consiga fazer, deve “acorrer aos que, sem ajuda e sem protecção, não têm o mínimo de dignidade de vida: é para isso que pagamos impostos”.
Contudo, o Executivo “também não pode, como gosta de imaginar alguma esquerda, acorrer a todos, mesmo aos que, tendo-se habituado a viver protegidos, não fazem nenhum esforço e não têm qualquer desejo de não precisar de ajuda”, rematou o ex-jornalista.
De acordo com Miguel Sousa Tavares, “olhar para as responsabilidades próprias significa, hoje e nesta conjuntura, encontrar um compromisso para um Estado, que assegure o essencial a todos e mais do que isso, apenas a uma minoria”.
Naquele espaço de opinião, o escritor falou ainda em dois países, sendo eles “o país dos que apenas pagam os custos do Estado, na proporção dos seus rendimentos, e sem pouco ou nada esperar dele em troca, e o país dos que pagam (e, muitas vezes, não pagam) os custos, mas esperam tudo em troca”.
Sobre a actual situação económica do País, Sousa Tavares salientou que “a geração de reformados que agora protesta contra os cortes nas suas pensões tem muito melhores condições de reforma do que eu irei ter e seguramente muitíssimo melhores do que aquelas que irão ter os meus filhos – se ainda houver dinheiro para lhes pagar qualquer pensão”.
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