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Milhares de trabalhadores do jogo saíram à rua em Macau

Trabalhadores das seis operadoras de jogo marcharam hoje pelas ruas de Macau durante cerca de três horas, numa manifestação por aumentos de salários e melhores condições de trabalho.

Milhares de trabalhadores do jogo saíram à rua em Macau
Notícias ao Minuto

15:31 - 25/08/14 por Lusa

Mundo Protestos

Desde julho que se multiplicam os protestos contra as diferentes operadoras de jogo, liderados pela associação Forefront of Macau Gaming, mas hoje foi a primeira vez que os trabalhadores dos casinos se uniram para um protesto geral contra todas as concessionárias.

Ao final do dia a organização estimava mais de 7.000 pessoas nas ruas - muito além das 3.000 estimadas no início. Já a polícia só garantiu a presença de 1.400 pessoas, a par de 120 agentes.

As palavras de ordem e os cartazes repetiam as ideias das manifestações anteriores: "Aumentem os salários", "Trabalho igual, salário igual", "14 meses de salário", "Partilhem os frutos do desenvolvimento económico".

Os trabalhadores reuniram-se junto ao casino Sands e daí partiram num percurso que passou em frente aos maiores casinos na península de Macau, terminando junto ao palácio do governo. Além de empunharem cartazes e megafones, os trabalhadores usaram apitos e carregaram caixões feitos de cartão com o nome das operadoras.

As palavras de ordem não foram apenas dirigidas aos patrões mas também ao governo, ouvindo-se com frequência o nome do chefe do Executivo, Chui Sai On.

Além de aumentos de 10% e políticas de progressão na carreira mais transparentes e sistematizadas, os trabalhadores dos casinos querem garantias de que a profissão de 'croupier' vai continuar a ser exclusiva para residentes do território, porque o governo não permite importar mão-de-obra para esta função, mas os trabalhadores temem que tal venha a mudar com a construção dos novos empreendimentos de jogo em construção no Cotai, a grande zona de casinos entre a Taipa e Coloane.

Apesar de agitada, a manifestação decorreu pacificamente, com duas paragens junto ao Starworld (casino da Galaxy) e em torno do Grand Lisboa (da Sociedade de Jogos de Macau). Nestes locais, os trabalhadores tentaram aproximar-se mais da entrada dos casinos mas foram impedidos por cordões policiais.

O deputado Ng Kuok Cheong esteve presente no início da marcha para prestar o seu apoio aos trabalhadores do jogo. Para o pró-democrata, os pedidos dos funcionários dos casinos são razoáveis: "Acho que estão a fazer um pedido comum. Não pedem nada de radical como a partilha do lucro dos casinos. Mas a verdade é que os seus salários não conseguem acompanhar a taxa de inflação", salientou.

O deputado apontou a importância destes protestos como forma de aviso para o futuro, prevendo a vontade de as operadoras alargarem a importação de mão-de-obra estrangeira, incluindo croupiers, para ocupar funções nos novos casinos.

"Os trabalhadores enfrentam uma grade incerteza em relação ao futuro. Em 2016, as seis operadoras vão reforçar o investimento. Vão querer aproveitar a oportunidade para importar trabalhadores, croupiers. Os casinos não vão pressionar o governo este ano, mas daqui a dois anos vão fazer muita pressão, pedir recursos humanos, isso vai acontecer. Claro que os 'croupiers' sabem disto. As manifestações já estão a avisar o governo que [os trabalhadores] não concordam com isto", comentou.

Segundo dados da Direção dos Serviços de Estatística e Censos, no final de junho de 2014, os 'croupiers' recebiam um salário médio de 17.530 patacas (1.664 euros).

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