"Esperamos que o Presidente esteja à altura"
O dirigente socialista Vera Jardim afirmou que cabe ao Presidente da República a última e decisiva palavra sobre a atual crise política, adiantando que o PS espera que Cavaco Silva esteja à altura das suas responsabilidades.
© Lusa
Política Vera Jardim
Vera Jardim, antigo ministro da Justiça, falava aos jornalistas na qualidade de porta-voz da reunião da Comissão Política Nacional do PS, que decorreu na quinta-feira à noite na sede nacional socialista, em Lisboa, durou cerca de três horas e meia e que se destinou a analisar a atual situação de crise no Governo e o estado da Nação.
"O país encontra-se num estado de verdadeira emergência, emergência económica, social e agora também política. Estamos perante um estado de agonia de um Governo, que se arrasta há vários dias sem saída", declarou Vera Jardim, considerando que o atual executivo PSD/CDS-PP "está morto".
Neste contexto, Vera Jardim recusou qualquer solução que passe pela reformulação do atual executivo.
"Com o mesmo Governo, cosido com os cacos reunidos, não há solução. Uma recomposição deste Governo é uma mera ficção, porque este Governo está morto. O PS lança uma vez mais a mensagem de dar a voz ao povo em eleições o mais rapidamente possível", frisou o dirigente socialista.
Sobre o papel do chefe de Estado nesta crise política, Vera Jardim referiu que o secretário-geral do PS, António José Seguro, já comunicou a sua posição a Cavaco Silva.
"Nesta situação gravíssima de crise, cabe ao Presidente da República a última palavra, a palavra decisiva. Esperamos naturalmente que esteja à altura dessas responsabilidades", advertiu.
Para o ex-ministro da Justiça, as diferentes forças políticas "devem dar ao Presidente da República o necessário espaço para uma análise da situação e para depois tomarem as decisões".
"O PS entende que a única decisão que pode servir os interesses dos portugueses é a marcação de eleições o mais rapidamente possível", disse.
Vera Jardim insistiu depois que o atual executivo não tem condições políticas para continuar em funções.
"Este Governo não tem qualquer capacidade de coesão para concretizar o programa que o país precisa. Há muita irresponsabilidade no meio disto, mas as verdadeiras causas dos episódios que estamos a assistir residem no falhanço da política do Governo", sustentou o dirigente socialista, dizendo que a chave da explicação "está na carta de demissão escrita" por Vítor Gaspar.
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