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PS acusa PSD de definir "todas as medidas em cenário de incerteza"

O PS acusou hoje o PSD de querer desqualificar o debate sobre o Programa de Estabilidade, estranhando que os sociais-democratas queiram que sejam definidas de antemão "todas as medidas" para os próximos quatro anos "perante cenário de grande incerteza".

PS acusa PSD de definir "todas as medidas em cenário de incerteza"
Notícias ao Minuto

18:30 - 19/04/22 por Lusa

Política Programa de Estabilidade

Em declarações aos jornalistas no parlamento, o vice-presidente da bancada parlamentar socialista Miguel Costa Matos reagia ao apelo do PSD para que o Governo substitua o "simples papel" que entregou no parlamento por "um verdadeiro Programa de Estabilidade" (PE).

"É chocante e profundamente lamentável a atitude do PSD de desqualificar o debate que a Assembleia da República terá no dia de amanhã [quarta-feira] sobre o Programa de Estabilidade", afirmou o deputado socialista.

Miguel Costa Matos sugeriu que o PSD "quer fugir deste debate, porque não tem uma alternativa para apresentar ao país", exortando os sociais-democratas a adotarem "uma postura séria" na discussão parlamentar de quarta-feira.

"É estranho que o PSD queira, perante um cenário de grande incerteza ao longo dos próximos quatro anos, definir já de antemão todas as medidas para responder ao cenário de inflação que estamos a enfrentar", apontou, considerando que o Governo tem estado a "agir proativamente à medida q a situação vai sendo apresentada".

Questionado sobre as críticas ao documento não apenas do PSD mas de entidades independentes, como o Conselho das Finanças Públicas(CFP) ou a UTAO, o 'vice' da bancada socialista respondeu com a alteração de Governo e os prazos legais de apresentação do PE.

"O PE foi entregue no prazo em que deveria ter sido entregue, o Orçamento do Estado foi entregue o mais rapidamente possível para que, depois das eleições, possamos ter junto das pessoas as medidas a funcionar. É importante assegurar que, estando os prazos legalmente bem respeitados, o PE seja discutido com seriedade e o Orçamento possa entrar em vigor o mais rapidamente possível", disse.

O deputado considerou ainda relevante que, entre o PE apresentado pelo anterior Governo e o Orçamento já entregue pelo atual, "os cenários macroeconómicos são cenários compatíveis".

Miguel Costa Matos defendeu que o PE apresentado pelo anterior ministro das Finanças, João Leão, "é uma consolidação do caminho que obteve contas certas e conseguiu multiplicar por sete o crescimento económico".

"É estranho que, às segundas, quartas e sextas, o PSD critique a suposta falta de medidas e às terças, quintas e sábados, queira definir já de antemão as medidas para os próximos quatros anos", criticou.

A atualização dos indicadores macroeconómicos que constam do PE 2022-2026 foi avançada, em 25 de março, pelo então ministro as Finanças, João Leão, tendo o CFP considerado não ter condições para o apreciar por "não incorporar as medidas de política a adotar".

Já a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) defendeu que o Programa de Estabilidade 2022-2026 não cumpre os requisitos legais, contrariando a lei orçamental, e "surpreende" por ter sido entregue por um governo que não o ia executar.

O projeto de resolução do PSD considera que a proposta de PE para o período de 2022 a 2026 que será debatida no parlamento na quarta-feira "é totalmente omissa tanto em matéria de medidas de política económica e orçamental a adotar no horizonte temporal do Programa, como na atualização do quadro plurianual das despesas e receitas públicas".

"O Programa de Estabilidade deverá identificar adequadamente as políticas públicas, designadamente as associadas ao investimento público, que deverão garantir que Portugal vai inverter a tendência de acantonamento na cauda da Europa em que se encontra mergulhado há décadas, tendência acentuada nos últimos anos", recomendam os sociais-democratas.

Leia Também: BE acusa Governo de "quebrar" salários ao recusar atualizar à inflação

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