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PSD e CDS-PP de Mourão justificam votos de Ventura com "protesto" e Covid

Os políticos do PSD e CDS-PP consideraram hoje que o resultado de André Ventura naquele concelho é a expressão de "revolta" contra a covid-19 e um "voto de protesto", mas que não deve ser extrapolado para outras eleições.

PSD e CDS-PP de Mourão justificam votos de Ventura com "protesto" e Covid
Notícias ao Minuto

18:21 - 25/01/21 por Lusa

Política Covid-19

O Ventura foi "a cara do protesto", o que "não significa que, em futuras situações, as pessoas não respeitem a sua ideologia. Em termos políticos, e noutro contexto, a situação não será esta, com toda a certeza", disse hoje à agência Lusa José Pires dos Reis, presidente da concelhia de Mourão do CDS-PP.

Numa análise aos resultados em Mourão, o concelho do país em que André Ventura conseguiu maior percentagem de votação (alcançou 33,64%, isto é, 333 votos), o dirigente "popular" considerou que o líder o CHEGA teve votos dos vários quadrantes políticos.

"Para este tipo de voto e estas condições de voto não serão os 80 ou 90 votos que o CDS" representa, pelo que também vieram de eleitores que votam noutros partidos, afirmou.

Num contexto de legislativas ou autárquicas, "a situação não será a mesma aqui", opinou José Pires dos Reis, atribuindo os votos em Ventura ao facto de "as pessoas" estarem "revoltadas".

"Primeiro, esta crise pandémica que estamos a viver e ninguém sabe resolver. Não vamos culpar ninguém da crise pandémica, mas as pessoas vão acumulando, é a tal 'gota de água que faz transbordar o copo' e penso que é o que temos aqui", argumentou.

Também João Fortes, presidente da concelhia de Mourão do PSD, que disse não estar surpreendido porque era este "o impulso que já se sentia na base social", atribuiu o resultado eleitoral de Ventura à covid-19 e aos quase 30 anos de governação autárquica do PS.

"A meu ver está relacionado com duas questões fundamentais, o desgaste próprio da governação nacional num contexto pandémico" e ser "fruto da governação do PS há 28 anos em Mourão", criticou.

Neste concelho alentejano, apesar de estar a "dois passos" da albufeira do Alqueva, "houve falta de políticas específicas para o desenvolvimento", afirmou, apontando ainda o "fator da comunidade da etnia cigana".

"Muitos simpatizantes do CHEGA têm-se escudado com essa faceta para justificar o seu voto e, a meu ver, também tem sido uma questão que não tem sido bem resolvida pelo município, a nível de integração", porque há "poucas políticas direcionadas para este comunidade", nomeadamente "de habitação".

João Fortes considerou, igualmente, que Ventura "roubou" votos "tanto ao PS, como à CDU e, se calhar, até ao próprio PSD", mas lembrou que foi Marcelo Rebelo de Sousa, candidato apoiado pelo seu partido, que "venceu no concelho", nestas eleições presidenciais, com 40,71% dos votos.

Nos próximos atos eleitorais, como as autárquicas deste ano, em que o PSD e o CDS-PP já anunciaram uma coligação em Mourão, este resultado do CHEGA não deverá repetir-se, segundo o dirigente social-democrata.

"Não podemos extrapolar. Não acho que seja indicador de que o CHEGA venha a ter uma votação expressiva no concelho de Mourão, até porque se desconhecem ideias e políticas próprias deste partido a nível local", disse.

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