"Marcelo e Costa secam quase tudo à volta. Só não secam a pandemia"
Um artigo de opinião assinado por Joaquim Jorge, biólogo, fundador do Clube dos Pensadores e Matosinhos Independente.
© Joaquim Jorge
Política Artigo de opinião
"Quando as coisas não estão a correr bem, com o número alarmante de infectados na zona de Lisboa, como por um passe de mágica vai-se ao programa de Ricardo Araújo Pereira e limpa-se a imagem. António Costa o mestre de ilusionismo, de positivismo e da capacidade de desviar a atenção. António Costa é mesmo bom e vai ser difícil derrubá-lo ou mostrar que há outro caminho e outra forma de pensar. António Costa é o bonacheirão e o 'gajo porreiro'.
Porém quem está em lay-off, desempregado ou na iminência de despedimento não deve ter vontade de se rir.
A vida política tornou-se uma parada de exibicionismo e propaganda a toda a hora e momento. A televisão é Marcelo e Costa à porfia a ver quem parece mais vezes, de quando em quando, para não dizer nada.
Quem podia e devia fazer o contraponto ao governo era Marcelo Rebelo de Sousa, mas não está para aí virado.
Marcelo Rebelo de Sousa arrisca-se a ser reeleito por uma massa de cidadãos que nada tem que ver com a massa de cidadãos que votou da primeira vez.
Marcelo Rebelo de Sousa com a sua postura tem feito com que muita gente passe a olhar para Cavaco Silva de modo condescendente. Um excepcional presidente seria o meio termo entre Cavaco e Marcelo. Nem 8 nem 80, mas 48.
Marcelo Rebelo de Sousa detesta confronto e correr riscos. Deste modo, prepara a sua reeleição sem sobressaltos, de uma forma sibilina e muito inteligente fazendo constar que está preocupado com o país e que é preciso consenso, mas lá no fundo, está preocupado com a sua reeleição.
Marcelo e Costa estão bem um para o outro, precisam um do outro para se manterem no poder.
Deste modo, à sua volta secam quase tudo. Secam a oposição. Secam ideias diferentes. Secam o politicamente incorrecto. Só não secam a pandemia.
A aliança política nesta pandemia chegou a níveis impensáveis para muitos portugueses. O maior erro de Marcelo e Costa foi fomentarem o desconfinamento com exemplos caricatos. Agora queixam-se.
A falta de coerência na comunicação que foi sendo feita ao país. Aos jovens não se pode dizer que não podem sair, não podem estar juntos e eles vêem o primeiro-ministro e o Presidente da República no Campo Pequeno. Depois permitem-se manifestações.
Nesta pandemia, a melhor política é o exemplo. A força do nosso exemplo é inatacável.
Porém, houve sinais contrários. Nesta altura em que as pessoas estão fartas de Covid-19 é mais importante influenciar comportamentos do que proibir."
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