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Oposição acusa Governo de perder tempo e nada fazer sobre aeroporto

PSD e CDS-PP acusaram hoje o Governo socialista de perda de tempo e de nada fazer, nomeadamente quanto ao estudo de impacto ambiental, relativamente ao novo aeroporto complementar do Montijo.

Oposição acusa Governo de perder tempo e nada fazer sobre aeroporto
Notícias ao Minuto

17:06 - 10/01/19 por Lusa

Política Montijo

Em debate parlamentar de atualidade marcado por 'Os Verdes' sobre o assunto, o deputado social-democrata Emídio Guerreiro lamentou "três anos perdidos", pois já muitas análises técnicas indicavam então a solução da base aérea da margem sul do Tejo como a melhor num modelo "Portela+1".

"O estado da arte de janeiro de 2019 é praticamente igual ao de 2015 - falta a avaliação de impacto ambiental. Depois de tanto tempo perdido e expectativas criadas, julguei que esta semana as coisas estavam resolvidas, mas o acordo mais não é que mais uma peça de propaganda", afirmou.

Emídio Guerreiro referia-se ao memorando de entendimento assinado terça-feira entre o Estado português e a ANA - Aeroportos de Portugal para um investimento de 1,15 mil milhões de euros até 2028 na ampliação do aeroporto Humberto Delgado (Portela) e construção de novo terminal civil no Montijo, com início de funcionamento previsto para 2022 e capacidade para sete milhões de passageiros.

"Como vai ser feito o acesso entre [novo aeroporto do] Montijo e a ponte Vasco da Gama? Como vão ser reforçados os acessos fluviais e ferroviários? Não sabemos. Como pode o ministro [do Planeamento e Infraestruturas] anunciar com pompa e circunstância uma nova grande obra sem o estudo ambiental? É sinal de vontade de fazer ou sinal de que Governo e o PS já estão em modo eleitoral?", questionou o democrata-cristão Nuno Magalhães.

O socialista Carlos Pereira recordou que "o diagnóstico de necessidade de nova solução aeroportuária está feito há muito tempo" e "já foram debatidas 17 localizações", tendo "faltado sempre a decisão de avançar".

"Nesta altura em que o Governo português decidiu é preciso avaliar os custos da não decisão", disse, referindo a potencial "perda de quase dois milhões de passageiros por ano" e elogiando que a opção pelo Montijo "não é nova, tem um custo reduzido e uma execução rápida".

O comunista Bruno Dias lamentou que o ministro assuma "compromissos para depois dizer que não é um contrato e é apenas um acordo, naquela teoria do 'fumei, mas não inalei'".

"Alertámos para as implicações e consequências de uma criminosa privatização da ANA. Que aviões cabem nesse grande aeroporto que anunciaram para o Montijo? Precisamos de investimento faseado com perspetiva de longo prazo. Esta opção é absolutamente lamentável, de subserviência uma grande multinacional [a francesa Vinci, detentora da ANA]", afirmou, reiterando que a melhor solução é a construção de um novo aeroporto em Alcochete.

A ecologista Heloísa Apolónia afirmou que "avaliar impactos ambientais de determinado projeto não é perder tempo, é ganhar qualidade na decisão daquilo que se vai oferecer às populações", defendendo uma avaliação estratégica das diversas opções para se poderem comparar.

"[O ministro] Vem dizer que a decisão está tomada e estas obras são para fazer. O Governo descredibilizou-se. Está a ceder aos interesses económicos da concessionária e está a fazer do estudo ambiental um mero 'pró-forma'. Estão a querer condicionar essa declaração de impacto ambiental que será produzida pela Agência Portuguesa do Ambiente", acusou.

Para o bloquista Heitor de Sousa, as declarações do Governo e do primeiro-ministro significam que "ou o Governo não sabe o que é um estudo de impacto ambiental ou então está a fingir que não sabe", logo "então a decisão não pode estar tomada" sem a existência do referido estudo e respetivo processo de consulta pública.

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