Salvador Sobral: O novo anti-herói português, condenado ao sucesso
Aparentemente despreocupado e sem filtro, assim é o dono do novo nome a apontar nos livros de história nacional.
© Reuters
País Eurovisão
No aeroporto de Lisboa tinha uma multidão à espera; no Marquês de Pombal festejava-se a vitória do Benfica, mas também se cantou ‘Amar pelos Dois’. Será Salvador Sobral o novo herói nacional? Não, diz o próprio, só quer uma vida sossegada. E talvez venda o troféu no eBay.
Já antes da vitória no Festival Eurovisão da Canção, as diferenças marcantes entre o português de 27 anos e os restantes concorrentes catapultaram-no para a fama, mas também o seu estilo politicamente incorreto.
Logo no discurso de triunfo, Salvador Sobral criticou a “música descartável”, feita de “fogo de artifício”, característica dos concorrentes da Eurovisão. O novo vencedor não usa lantejoulas, nem purpurina, nem pirotecnia, e faz questão de o destacar.
É o novo herói nacional? perguntaram-lhe na conferência de imprensa. “Isso seria estranho”, respondeu. "Só quero viver uma vida sossegada. Espero que isso possa acontecer, tenho a certeza que sim. Talvez no princípio seja um pouco agitado”.
Sobre o futuro, Salvador arrisca apenas dizer que vai prosseguir com a digressão prevista para este verão. Não, não sabe se fará uma digressão europeia, se a Rússia vai ganhar o festival para o ano ou se os astros ditaram a sua vitória como previu um astrólogo ucraniano.
Por outro lado criticou a organização do festival por não o deixar continuar a usar a camisola que dizia 'SOS Refugiados' e disse nunca se ter preocupado com a votação (alias, confessou, nem estava a perceber bem o sistema de pontos).
Em entrevista a José Carlos Malato, o novo vencedor da Eurovisão até brincou que talvez vendesse o troféu no Ebay. Queixou-se do peso e entregou-o prontamente ao apresentador, que muito se esforçou, em vão, para o devolver.
O que deixa, afinal, Salvador Sobral orgulhoso? Os elogios de Caetano Veloso, por exemplo. Juntaram-se entretanto muitos outros – Simone de Oliveira, Paulo de Carvalho, entre os vários nomes de peso, para além a grande generalidade da imprensa internacional e até J.K. Rowling.
Sobral acredita que a fama será efémera - “daqui a dois, três meses já ninguém se lembra”, mas para já não consegue fugir.
‘Amar pelos Dois’ já é a música mais vendida no iTunes de Portugal, mas também no da Lituânia, Espanha, Holanda e Ucrânia, o país que recebeu esta edição do Festival Eurovisão da Canção. Está ainda nos tops da Na Bélgica, Dinamarca, Polónia, Macau, Bielorrússia, Grécia, França, Suíça, Alemanha e Reino Unido.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com