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"Fiz o que pude, com alguns sucessos, com alguns erros"

Ramalho Eanes contou a um grupo de jovens onde estava no 25 de Abril, mas, também, como este movimento começou antes da data específica. 

"Fiz o que pude, com alguns sucessos, com alguns erros"
Notícias ao Minuto

15:37 - 26/04/24 por Notícias ao Minuto com Lusa

País 25 de Abril

"Fiz o que pude, com alguns sucessos, com alguns erros", disse o antigo Presidente da República Ramalho Eanes esta sexta-feira num aula-Debate com jovens do ensino secundário e universitário sobre o 25 de Abril, no Museu dos Coches.

Na sessão, Ramalho Eanes contou aos jovens onde estava no 25 de Abril, mas, também, como este movimento começou antes da data específica. 

"Estava em Angola, no norte, era segundo comandante de um batalhão, estava a iniciar a minha quinta comissão e tinha na altura 30 e tal anos. Esperava que aquilo acontecesse porque embarquei para Angola em janeiro de 1974 e tinha participado nas diferentes reuniões que se tinham realizado para organizar uma resposta ao regime que tinha criado uma situação de impasse. Porque queria continuar a guerra, mas quando se perguntava para quê, ele era incapaz de responder", contou. 

Nesta aula-debate, Eanes relatou que recebeu a notícia do 25 de Abril sem surpresa, com "grande alegria" e "grande esperança", porque "os portugueses iam ter a liberdade" e "finalmente, acabar-se-ia a guerra" colonial.

"Mas não tive dúvidas nenhumas de que a descolonização iria ser trágica, como foi. Aliás, eu digo isto com à vontade, com grande à vontade. Eu sei que muita gente vai contar que acha que a descolonização foi uma coisa maravilhosa. Não foi", considerou.

Na sua opinião, foi trágica porque "deixou aqueles países, Angola e Moçambique, numa situação de guerra que durou anos e que destruiu tudo" e porque "fez regressar ao continente muitos angolanos".

"Eles tinham nascido em Angola, eles eram angolanos, não conheciam outra pátria que não fosse aquela, não tinham outra terra que não fosse aquela, terra em que tinham os seus mortos, em que tinham tido nascido os seus filhos, e de repente são obrigados, perdendo tudo, a regressar a uma terra que tinha sido a dos seus antepassados, mas que eles não conheciam, que eles não amavam. São os retornados", acrescentou.

"Como é que se ganha uma guerra revolucionária?", questionou ainda o general que foi Presidente da República entre julho de 1976 e março de 1986, sob o olhar atento dos alunos.

[Notícia atualizada às 19h12]

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