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"Há botijas a explodir e carros em contra-mão. Não se vê nada"

O Notícias ao Minuto falou com um madeirense que descreveu a situação que o Funchal está a viver.

Notícias ao Minuto

22:02 - 09/08/16 por Inês Esparteiro Araújo com Lusa

País Madeira

São relatos de um madeirense residente no Funchal. Pedro Alexandre, morador em Pilhar, assiste de perto aos incêndios que estão a assolar a ilha. “Muito fumo”, “carros em contra-mão” e “animais que foram libertados” foram alguns dos cenários que contou ao Notícias ao Minuto.

Depois das recentes notícias de botijas de gás a explodirem no Funchal, Pedro explicou: “No Campo da Barca existem duas bombas, a BP e a Galp. E, perto desta última, está localizado o edifício da Galp e da Gasinsular e é aqui que estão a explodir as botijas”.

“Este edifício fica a segundos a pé da bomba da Galp”, esclareceu.

Perto da Gasinsular fica também a SPAD – Sociedade Protetora de Animais Domésticos, que se viu obrigada a “libertar os animais” para que estes não fossem atingidos pelas chamas.

“Como medida de prevenção, as pessoas estavam a tentar molhar a zona à volta da SPAD”, contou Pedro que também já trabalhou na Associação. “O instinto destes animais é fugir” perante as chamas.

O vento forte e as elevadas temperaturas fizeram com que o fogo que lavra nas zonas altas do concelho do Funchal desde a tarde de segunda-feira descesse até ao centro da cidade, provocando algum caos e pânico entre a população.

Devido ao “fumo que está muito denso”, Pedro sublinhou que “não se consegue ver nada. Os acessos estão bloqueados e há carros em contra-mão”.

O trânsito está caótico, com muitos congestionamentos na baixa do Funchal, tendo a PSP encerrado as entradas da cidade. A via rápida foi encerrada entre o nó da Cancela (parte este da cidade) e Santo António, nos dois sentidos.

O Serviço Regional de Proteção Civil já apelou às pessoas que estão no Funchal e "que não se encontram nas zonas afetadas pelos vários focos de incêndio ativos que permaneçam nas suas habitações e, especialmente, que não circulem utilizando viaturas".

As zonas da Pena, da Rochinha, da Boa Nova e Til são alguns locais de onde surgem relatos de problemas devido ao fogo.

O presidente da Câmara do Funchal disse à Antena 1 que a capacidade de realojamento do Regimento de Guarnição N.º3, o quartel do Funchal, onde foram realojadas cerca de três centenas de pessoas, está esgotada.

A autarquia já contactou o presidente do Club Sport Marítimo para avaliar a possibilidade de ser utilizado o Estádio dos Barreiros para deslocar cidadãos afetados pelos incêndios.

Junto ao Centro de Segurança Social no Funchal a Lusa constatou que um grupo de cidadãos conseguiu apagar o foco que surgiu junto de um depósito de gás de um complexo habitacional na rua Elias Garcia. Muitas pessoas utilizam mangueiras para molhar terrenos, casas, muros e carros.

Centenas de desalojados, muitas dezenas de casas destruídas, aproximadamente 200 pessoas assistidas no hospital do Funchal devido a problemas de inalação de fumo e um ferido grave transferido para Lisboa pela Força Aérea são algumas das consequências do fogo que tem devastado o Funchal e outros concelhos da Madeira.

Os hospitais dos Marmeleiros e João de Almada foram evacuados. O primeiro-ministro já anunciou que uma equipa de 35 elementos vai deslocar-se hoje para a Madeira para apoiar no combate ao fogo.

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