Coligação para proteção da Antártida recebe Prémio Gulbenkian para a Humanidade

A Coligação para a Antártida e o Oceano do Sul recebeu hoje o Prémio Gulbenkian para a Humanidade 2025, no valor de um milhão de euros, como reconhecimento pelo trabalho de proteção do continente mais vulnerável às alterações climáticas.

Antártica gelo alterações climáticas

© Getty Images

Lusa
09/07/2025 21:00 ‧ há 7 horas por Lusa

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Prémio Gulbenkian

Segundo a Fundação Gulbenkian, a Coligação para a Antártida e o Oceano do Sul (ASOC, na sigla original em inglês) - fundada em 1978 e que reúne cerca de 20 organizações ambientalistas de 10 países - "é um exemplo de como o trabalho colaborativo internacional, a defesa de causas com base em argumentos científicos e a promoção de uma gestão ambiental ética e sustentável são essenciais para garantir um futuro de sustentabilidade para a humanidade".

 

A ASOC, baseada em Washington, foi selecionada pelo júri do Prémio, presidido pela ex-chanceler alemã Angela Merkel, de entre 212 entidades nomeadas por 115 países.

A diretora executiva da ASOC, Claire Christian, disse à agência Lusa que "numa altura muito difícil em termos de financiamento de organizações ambientais, o prémio vai permitir desenvolver trabalho em áreas em que nos últimos tempos não foi possível ter recursos".

"Vamos conseguir expandir o nosso trabalho e sustentar projetos como a criação de áreas marinhas protegidas. Estamos a tentar que os países que administram a Antártida, através do Sistema do Tratado Antártico, decidam a criação de quatro novas áreas marinhas protegidas de grande dimensão no Oceano do Sul, a parte do oceano global que circunda o continente polar.

A Antártida concentra cerca de 90% de todo o gelo terrestre e cerca de 70% de toda a água doce, enquanto o chamado Oceano do Sul gera as correntes marinhas mais poderosas, que fazem circular as águas do oceano global, regulando a temperatura do planeta e distribuindo nutrientes que sustentam uma biodiversidade que forma a base de toda a cadeia alimentar marinha.

Apesar de remoto, o continente antártico e o Oceano do Sul são das regiões da Terra mais vulneráveis às alterações climáticas - com registo de anomalias de temperatura extremas, perda acelerada de gelo marinho e com partes da Antártida a registarem taxas de aquecimento mais de duas vezes superiores à média global - e com cada vez mais impactos derivados da atividade humana, como a poluição gerada pelo crescente tráfego marítimo associado à pesca e ao turismo.

O Prémio Gulbenkian para a Humanidade foi instituído em 2020 para distinguir pessoas ou organizações de todo o mundo cujo trabalho tem contribuído para mitigar o impacto das alterações climáticas.

A primeira edição do prémio distinguiu a ativista sueca Greta Thunberg, em 2021 o Prémio Gulbenkian para a Humanidade foi atribuído ao Pacto Global de Autarcas para o Clima e a Energia e em 2022 ao Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas (IPCC) e à Plataforma Intergovernamental de Política Científica sobre Biodiversidade e Serviços de Ecossistema (IPBES).

Em 2023 o prémio distinguiu Bandi "Apai Janggut", líder tradicional da comunidade indígena da Indonésia Dayak Iban Sungai Utik; Cécile Bibiane Ndjebet, ativista ambiental dos Camarões e Lélia Wanick Salgado, ativista brasileira que criou o Instituto Terra em conjunto com o aclamado fotógrafo Sebastião Salgado.

Em 2024 o prémio foi atribuído ao programa estatal indiano de apoio a pequenos agricultores Andhra Pradesh Community Managed Natural Farming; a Rattan Lal, cientista indiano-americano com trabalho centrado na agricultura regenerativa e à SEKEM, plataforma de ONG, empresas e uma Universidade centrada no Desenvolvimento Sustentável.

Leia Também: ASOC: Antártida pode ser modelo para gestão ambiental global

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