Uma mãe, com uma filha de um ano de idade, foi despejada de casa, situada na Quinta do Mocho, em Sacavém, no concelho de Loures, na manhã desta quarta-feira, enquanto esta foi à creche deixar a filha bebé. A denúncia foi feita por uma trabalhadora de uma creche local - que a bebé frequenta - ao Notícias ao Minuto.
A fonte relatou que, esta manhã, a mãe foi deixar a menina na creche e quando regressou a casa deparou-se com a porta fechada, tendo voltado à escola "a chorar".
"Veio deixar a bebé e quando regressou a casa a polícia e câmara tinham-lhe fechado a porta", disse.
A funcionária revelou ainda que "isto é todas as semanas". "Todas as semanas há despejos. (...) Chegam, trancam a porta com os pertences dentro e as pessoas não podem fazer nada", acrescentou.
Disse ainda que "dezenas de casas" são "fechadas, onde colocam um portão de ferro", notando também que "muitas vezes são pessoas com a renda em dia".
"Isto não pode ser assim, alguém tem de fazer alguma coisa", sublinhou.
Quanto à mãe e filha desalojadas, a trabalhadora salientou que "a única alternativa é a Casa da Cultura", acrescentando que estavam a tentar arranjar o contacto.
O Notícias ao Minuto contactou a Câmara Municipal de Loures, no sentido de perceber que resposta tem para este tipo de casos, continuando a aguardar resposta.
De recordar que, no mês passado, o movimento Vida Justa denunciou que tinha sido dada uma ordem de despejo a 200 famílias no bairro de habitação municipal da Quinta do Mocho, referindo que estava a acontecer "despejos diários".
Em comunicado, o Vida Justa referiu que "uma parte significativa das pessoas despejadas na Quinta do Mocho, ou com ordem de despejo, não se encontra na situação" de incumprimento.
Em resposta à denúncia do Vida Justa, a Câmara Municipal de Loures negou as afirmações, falando em "falsidades, omissões e erros" sobre alegadas ordens de despejo na Quinta do Mocho. Defenderam que, do total de 615 procedimentos de despejo planeados para todo o concelho, 269 ocorrem entre moradores da Urbanização Terraços da Ponte (anteriormente Quinta do Mocho).
A autarquia disse, na altura, que, desde o início do ano, houve 25 resoluções de contrato de arrendamento por incumprimento contratual no bairro, "após esgotadas todas as etapas procedimentais", explicando ainda que garantiu que "todos os inquilinos em procedimento de resolução foram devidamente notificados, por escrito, com possibilidade de audiência e regularização".
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