Uma jovem que deu entrada num hospital privado de Mirandela, na madrugada da segunda-feira, acabou por dar à luz… sem saber que estava grávida.
A situação insólita é contada pelo Hospital Terra Quente, na sua página oficial de Facebook, onde conta que pelas 5h10 de segunda-feira uma jovem se deslocou até ao seu Atendimento Médico Permanente, queixando-se de “fortes dores lombares, desconhecendo que estava grávida”.
“A equipa médica em serviço reagiu de forma célere e eficaz”, refere a instituição, relatando que a enfermeira Daniela Ribeiro foi quem acompanhou o parto do início ao fim, prestando apoio contínuo à jovem.
Ao mesmo tempo, um médico assegurava a estabilização da situação clínica enquanto coordenava os contactos com o INEM, ativando os meios de emergência necessários para dar resposta ao caso.
Quando os paramédicos chegaram ao local, o bebé já tinha nascido.
“O recém-nascido, ainda que prematuro, encontrava-se estável, assim como a mãe, graças à rápida e competente intervenção da equipa presente”, lê-se na nota do hospital.
Após os primeiros cuidados, mãe e filho foram transferidos para a unidade de neonatologia do Hospital de Vila Real.
Nos comentário à publicação, muitos enaltecem a forma de atuação destes profissionais, enaltecendo o facto de esta ter sido uma história com final feliz ao contrário de muitas outras que têm assolado o SNS nos últimos meses.
Duas grávidas perdem bebé após caos no SNS
Recorde-se que este mês, duas mulheres grávidas perderam os bebés que esperavam depois de terem passado várias horas à espera de ter vaga num hospital onde pudessem dar à luz.
Uma mulher grávida de 31 semanas perdeu o bebé que esperava, depois de ter sido transportada do Barreiro para o Hospital de Cascais. A mulher sofreu uma hemorragia interna e quando chegou a este último hospital o bebé já estava morto.
A outra situação refere-se a uma mulher que foi atendida em cinco unidades hospitalares do SNS em 13 dias, referindo queixas de dores, tendo o parto sido realizado na Unidade Local de Saúde (ULS) de Santa Maria, em Lisboa, em 22 junho, onde, "pouco tempo depois, a recém-nascida morreu".
Em comunicado, a Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (DE-SNS) explicou que em todos os hospitais onde foi observada, a grávida "terá sido avaliada de forma atempada por profissionais de saúde qualificados, submetida aos exames e avaliações considerados necessários, tendo recebido as orientações consideradas adequadas".
Para a Federação Nacional dos Médicos estes dois casos representam "um ponto de rutura".
Joana Bordalo e Sá exige uma "mudança imediata" na política de saúde e responsabiliza o Governo pela atual situação das urgências obstétricas.
"Exigimos que haja uma mudança imediata na política de saúde, uma mudança que devolva dignidade, segurança e humanidade ao SNS, porque o que aconteceu é intolerável e nós não podemos, em consciência, permitir que isto se repita", afirmou.
Já a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, nega-se a demitir-se das responsabilidade garante que abandonará o cargo apenas no dia em que o primeiro-ministro entender que a sua missão chegou ao fim.
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