Uso de ambulância é "mais adequado" quando resposta aérea é demorada

A Sociedade Portuguesa de Emergência Pré-Hospitalar (SPEPH) alertou hoje que é "clinicamente mais adequado" um paciente ser transportado por ambulância quando a resposta aérea ultrapassa o tempo estimado de transporte terrestre.

INEM, ambulância

© Global Imagens

Lusa
07/07/2025 15:56 ‧ há 4 horas por Lusa

País

Saúde

"Quando o tempo total da resposta aérea ultrapassa o tempo estimado de transporte terrestre, é considerado clinicamente mais adequado e seguro que o paciente seja transportado por via terrestre, a fim de garantir uma assistência eficaz e tempestiva", afirmou a SPEPH em comunicado.

 

O organismo comentou assim o caso de um doente de 49 anos com um traumatismo craniano que foi transportado por um helicóptero da Força Aérea, num processo que demorou mais de cinco horas para a transferência do Hospital da Covilhã para os Hospitais da Universidade de Coimbra.

De acordo com SPEPH, a decisão entre meios aéreos e terrestres deve ser técnica e segura.

"A prioridade deve ser sempre a rápida estabilização e o encaminhamento seguro do paciente à unidade hospitalar mais adequada (cuidados definitivos), respeitando critérios técnicos que visam a maximização das hipóteses de sobrevivência e recuperação", salientou a SPEPH, recordando que a medicina pré-hospitalar "segue princípios bem definidos no que diz respeito à escolha do meio de transporte mais adequado para pacientes vítimas de trauma grave, tendo em conta várias variáveis essenciais".

"Entre os principais fatores a serem avaliados estão as condições meteorológicas, o tempo estimado para a chegada do helicóptero ao local do pedido de ajuda, o tempo necessário para preparação da aeronave e da equipa médica, e ainda a duração do voo até ao local do pedido de ajuda", vincou.

No sábado, um doente, de 49 anos, com traumatismo craniano, demorou mais de cinco horas para ser atendido desde que foi tomada a decisão de transferência do Hospital da Covilhã para os Hospitais da Universidade de Coimbra.

Em resposta à agência Lusa, o Ministério da Saúde disse hoje que remeteu para o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) quaisquer esclarecimentos sobre o caso.

Também o diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS), Álvaro Almeida, remeteu para o INEM a responsabilidade do transporte de doentes, sublinhando que "a transferência hospitalar não é da competência da direção executiva".

No mesmo sentido, o presidente do sindicato dos técnicos de emergência pré-hospitalar, Rui Lázaro, defendeu que "os responsáveis têm um rosto: é o Governo e o INEM", sendo que "o INEM não acautelou atempadamente o tempo do concurso" para a contratação do serviço aéreo de emergência médica.

O concurso público para a contratação deste serviço foi adjudicado à empresa Gulf Med Aviation Services Limited apenas no final de março.

"A empresa teve pouco mais de um mês. O Governo e o INEM deveriam ter iniciado este concurso um pouco mais cedo ou um pouco mais tarde", acusou Rui Lazaro, reiterando que os helicópteros da Força Aérea deveriam ser deslocalizados para o interior do país, onde entende fazerem mais falta.

Desde o passado dia 01 que a Força Aérea assegura o transporte de emergência médica com quatro helicópteros que deveria funcionar 24 horas por dia, mas apenas um está atualmente apto para voar à noite, numa operação transitória até que a empresa que ganhou o concurso tenha os meios suficientes.

Além destas quatro aeronaves da Força Aérea, a Gulf Med assegura, através de um ajuste direto até o contrato entrar em vigor, dois helicópteros Airbus, que ficam nas bases de Macedo de Cavaleiros e de Loulé, mas que apenas operarão no período durante o dia.

Segundo o ministro da Defesa, Nuno Melo, a Força Aérea tem ao serviço do INEM helicópteros com base em Beja, Montijo e Ovar.

Leia Também: Transferência que durou 5h? "Esclarecimentos têm sido prestados por INEM"

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