Antigo bastonário duvida que companhias queiram operar no Montijo
O antigo bastonário da Ordem dos Engenheiros Carlos Matias Ramos levantou hoje dúvidas sobre a atração de companhias aéreas para um futuro aeroporto de Lisboa no Montijo, deixando ainda críticas à Avaliação Ambiental Estratégica (AAE), numa audição no parlamento.
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País Engenheiros
O responsável, que foi ouvido em substituição do atual bastonário, na Comissão de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação, sobre o concurso público para a Avaliação Ambiental Estratégica sobre a localização do Novo Aeroporto Internacional de Lisboa, ironizou sobre a "luta pelos 'slots'".
"A easyJet não vai para o Montijo, já ganhou os 'slots' e ninguém lhos pode tirar desde que satisfaçam os objetivos. A Ryanair já disse que não ia. Então quem é que vai", questionou.
Carlos Matias Ramos alertou ainda para o atraso causado pela AAE. "Está previsto demorar ano e meio", destacou, indicando que com todos os procedimentos que depois faltam, como o estudo de impacto ambiental e depois a emissão definitiva da autorização, "o processo pode atrasar-se uns três anos".
A "AAE que não satisfaz os requisitos da lei", mas "faz com que andemos a discutir mais três anos", disse ainda Carlos Matias Ramos.
O ex-bastonário deixou ainda críticas à Vinci, que detém a ANA -- Aeroportos de Portugal.
"O grande interesse da Vinci é manter a Portela" referiu, indicando que "numa fase de transição" as receitas que neste momento tem com a infraestrutura não seriam mantidas. "Querem manter a Portela até 2062, o resto é atirar valores para que esta solução seja alcançada", indicou.
Carlos Matias Ramos pediu várias vezes ao longo da audição que lhe "provem" que a solução que integra o Montijo é mais barata e rápida do que a do Campo de Tiro de Alcochete, que estudou quando liderava o Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC).
"Qual a vantagem da solução dual [com dois aeroportos]? Temporária ainda entendo, mas definitiva", questionou, apontando a duplicação de policiamento e de controladores aéreos.
Em cima da mesa estão neste momento três opções -- a Portela + Montijo, uma solução alternativa em que o Montijo adquirirá, progressivamente, o estatuto de infraestrutura principal, enquanto o Aeroporto Humberto Delgado se tornará complementar e ainda a construção de um novo aeroporto internacional no campo de tiro de Alcochete.
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