Gomes Cravinho conta com diálogo político até às eleições na Guiné-Bissau
O ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE), João Gomes Cravinho, espera que a Guiné-Bissau, que deverá ter um Governo de iniciativa presidencial, passe por "um período normal de serenidade" e diálogo político até às eleições.
© Getty Images
País Guiné-Bissau
"A nossa expectativa é que haja, enfim, um período normal de serenidade e de confrontação das diferentes ideias políticas até às eleições marcadas para dezembro", afirmou Gomes Cravinho, em declarações à Lusa.
Quanto às queixas apresentadas por organizações humanitárias acerca da situação dos jornalistas na Guiné-Bissau, o MNE apenas comentou o caso português: "Em relação a Portugal, obviamente que temos as nossas instâncias que investigam qualquer queixa que seja apresentada".
Já em relação a outros países, nomeadamente a Guiné-Bissau, o governante remete essa responsabilidade para as respetivas autoridades nacionais.
Em 05 de maio, foi anunciado que a Casa dos Direitos em Bissau iria criar um Observatório sobre Liberdade de Imprensa para monitorizar a situação na Guiné-Bissau.
No mesmo dia, o vice-presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, Bubacar Turé, declarou que as ameaças contra a liberdade de imprensa visavam "erradicar o Estado de Direito" no país.
Registam-se "ataques promovidos por pessoas próximas do poder político", disse Turé, salientando que se tem também assistido a atos administrativos ilegais que têm como "único propósito restringir a liberdade de imprensa" e limitar os "direitos e liberdades fundamentais dos cidadãos".
Segundo a 20.ª edição do 'ranking' mundial da liberdade de imprensa da organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF), a Guiné-Bissau subiu do 95.º para 92.º lugar, mas continua a registar um ambiente difícil para o jornalismo, com uma "marcada deterioração da segurança para jornalistas, a par de pressões políticas e económicas".
No relatório alerta-se ainda que os jornalistas e os 'media' são regularmente alvo de ataques físicos, como os ataques armados à rádio Capital FM e à casa de um dos seus jornalistas em fevereiro deste ano.
O Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, dissolveu em 16 de maio o parlamento da Guiné-Bissau, convocou eleições legislativas antecipadas para 18 de dezembro e reconduziu no cargo o primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabiam, e o vice-primeiro-ministro, Soares Sambu.
O chefe de Estado disse na terça-feira que o novo Governo do país, de "iniciativa presidencial", será conhecido nos próximos dias.
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