Marcelo entrega hoje Prémio D. Diniz da Casa de Mateus a Mário Cláudio
O escritor Mário Cláudio recebe hoje o Prémio D. Diniz, da Fundação da Casa Mateus, que lhe foi atribuído pelo romance 'Astronomia', publicado no ano passado.
© Lusa
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O júri do Prémio D. Diniz, constituído por Nuno Júdice, Fernando Pinto do Amaral e Pedro Mexia, atribuiu, por unanimidade, o prémio de 2017 a Mário Cláudio, que o receberá do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, numa sessão a partir das 18:00, que conta igualmente com a presença do ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes.
'Astronomia', que também venceu o Grande Prémio de Literatura dst, no início deste mês, relata, num registo autobiográfico, as diferentes fases da vida do autor - infância, maturidade e velhice -, refletindo uma visão fantasiosa de Mário Cláudio sobre o seu percurso.
Em outubro do ano passado, quando apresentou a obra em Penafiel, no Festival Literário Escritaria, que lhe foi dedicado, Mário Cláudio disse que 'Astronomia' é "uma espécie de recetáculo de várias confissões e muitas mentiras".
"É um misto de temores e coragens", afirmou então no Museu de Penafiel, acrescentando: "Não sei explicar de onde é que este livro saiu dentro de mim".Segundo as Publicações D. Quixote, que editaram o livro no ano passado, "este é o romance da vida do Mário Cláudio, um livro sobre três fases da vida de um homem, que não por acaso é o próprio escritor". O livro divide-se "em três partes -- Nebulosa, Galáxia, Cosmos".
O anterior romance distinguido com o Prémio D. Diniz foi 'As Luzes de Leonor', de Maria Teresa Horta, em 2012, tendo a autora recusado receber o galardão, das mãos do então primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, que acusou de estar empenhado em destruir o país.
"Na realidade não poderia, com coerência, ficar bem comigo mesma, receber um prémio literário que me honra tanto, cujo júri é formado por poetas, os meus pares mais próximos - pois sou sobretudo uma poetisa, e que me honra imenso -, ir receber esse prémio das mãos de uma pessoa que está empenhada em destruir o nosso país", explicou então a escritora à agência Lusa.
"Sempre fui uma mulher coerente; as minhas ideias e aquilo que eu faço têm uma coerência", salientou Maria Teresa Horta, que acrescentou: "Sou uma mulher de esquerda, sempre fui, sempre lutei pela liberdade e pelos direitos dos trabalhadores".
Mário Cláudio é o pseudónimo do escritor Rui Manuel Pinto Barbot Costa, de 75 anos, nascido no Porto, licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra, diplomado como Bibliotecário-Arquivista, pela Faculdade de Letras da mesma Universidade, e 'Master of Arts' em Biblioteconomia e Ciências Documentais, pela Universidade de Londres.
Mário Cláudio assina uma obra que abarca ficção, crónica, poesia, dramaturgia, ensaio e que se encontra traduzida em várias línguas.
O autor foi já distinguido com o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores, por duas vezes, e os prémios PEN Clube, Eça de Queiroz, Vergílio Ferreira, Fernando Namora e Pessoa.
Às 19:30 horas, a fadista Katia Guerreiro atua, num "concerto de homenagem a Vasco Graça Moura' (1942-2014), que presidiu ao júri do Prémio D. Diniz desde a sua instituição, em 1981, até 2012.
Agustina Bessa-Luís, com 'O Mosteiro', e Almeida Faria, com 'Lusitânia', receberam em ex-aequo, a primeira edição do Prémio D. Diniz, em 1981.
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