Organização alerta para riscos de incineração de resíduos no Líbano
A organização Human Rights Watch denunciou, num relatório hoje divulgado, a falta de ação das autoridades libanesas relativamente a incineração não controlada de resíduos no país, uma prática que representa "sérios riscos à saúde".
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Mundo Ar livre
"O Líbano deve acabar com a incineração de resíduos ao ar livre e implementar uma estratégia nacional sustentável de gestão de resíduos", afirmou a organização não governamental internacional com sede em Nova Iorque.
Durante décadas, as autoridades libanesas nunca conseguiram adotar políticas efetivas de gestão de resíduos, de acordo com os especialistas.
A crise nesta área atingiu um pico no verão de 2015, quando montanhas de lixo invadiram Beirute e os arredores, após o encerramento do aterro principal do país, levando a sociedade civil a manifestar-se.
"A falta de medidas das autoridades para impedir a queima dos resíduos urbanos a céu aberto no Líbano representa sérios riscos para a saúde dos moradores", advertiu a ONG num relatório de 67 páginas, intitulado "Como se estivesse a inalar a sua morte. Os riscos para a saúde dos resíduos queimados no Líbano".
A HRW apontou, no documento, os perigos para a saúde dos "fumos da combustão dos resíduos ao ar livre", referindo ainda que "as crianças e os idosos são particularmente vulneráveis a esses riscos".
A ONG entrevistou cerca de 100 pessoas que residem nas proximidades das áreas em que são armazenados e queimados os resíduos, especialistas em saúde pública, funcionários governamentais e médicos.
"É como se houvesse um nevoeiro em toda a cidade", declarou Othman, um morador que vive perto de uma área de armazenamento de lixo no Vale de Beka, no leste do país.
"Nós tossimos o tempo todo, não conseguimos respirar", afirmou Othman, citado pelo relatório.
A grande maioria das pessoas entrevistadas relatou efeitos na saúde, de acordo com a HRW.
"Os problemas respiratórios, como doença pulmonar obstrutiva crónica, tosse, irritação da garganta e asma" são algumas das doenças que predominam entre as pessoas citadas no relatório da HRW.
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