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Suíça investiga tio do Presidente sírio por alegados crimes de guerra

O Ministério Público da Suíça está a investigar o tio do atual Presidente da Síria por alegados crimes de guerra cometidos na década de 1980, avançou hoje o diário suíço Sonntags-Zeitung.

Suíça investiga tio do Presidente sírio por alegados crimes de guerra
Notícias ao Minuto

14:23 - 24/09/17 por Lusa

Mundo Bashar al-Assad

A investigação a Rifaat al-Assad, tio de Bashar al-Assad que está exilado desde 1984, arrancou em finais de 2013, mas desde então tem registado avanços pouco significativos.

Trial, uma organização que tem como missão levar criminosos de guerra à justiça, localizou em dezembro de 2013 Rifaat al-Assad num hotel de luxo em Genebra.

Dois dias depois, a organização denunciou o suspeito ao Ministério Público helvético.

As autoridades suíças confirmam que desde essa data está aberto um inquérito contra um cidadão sírio por alegados "crimes de guerra ocorridos nos anos 1980 na Síria", precisando que na altura da ocorrência dos presumíveis crimes o suspeito era "comandante de uma unidade militar".

Rifaat al-Assad foi vice-presidente da Síria quando aquele país era governado pelo seu irmão e pai do atual Presidente, Hafez al-Assad. Seria posteriormente expulso do território sírio por suspeitas de organização de um golpe de Estado.

De acordo com o diário Sonntags-Zeitung, os acontecimentos em investigação remontam a fevereiro de 1982, quando as tropas sírias marcharam em direção a Hama (centro da Síria) para combater as forças da Irmandade Muçulmana que estavam entrincheiradas nesta zona.

Após a conquista da cidade, o exército sírio cometeu um massacre e milhares de pessoas foram assassinadas, relatou o jornal.

Testemunhos recolhidos indicaram que Rifaat al-Assad esteve envolvido nos violentos acontecimentos, como líder de uma unidade especial do exército.

Este relato seria confirmado mais tarde pelas representações diplomáticas dos Estados Unidos e do Reino Unido no território sírio, mas também pela agência norte-americana de serviços secretos (CIA).

Em Genebra, um advogado das vítimas do massacre, Damien Chervaz, indicou que o Departamento da Polícia federal suíça também chegou à conclusão de que as brigadas comandadas por Rifaat al-Assad tinham estado no local do massacre e que tinham desempenhado um papel importante nos acontecimentos.

Siwar al-Assad, filho e porta-voz de Rifaat al-Assad, declarou que por detrás destas denúncias contra o seu pai existe "uma campanha dos islamitas", expressando ainda o desejo de que a justiça na Europa "não se deixe instrumentalizar por criminosos".

Em meados de 2015, Rifaat al-Assad chegou a ser interrogado pelas autoridades suíças num hotel em Genebra, mas o interrogatório foi muito breve, uma vez que o tio de Bashar al-Assad alegou motivos de saúde.

Até à data, as autoridades suíças não formularam qualquer acusação contra Rifaat al-Assad, nem voltaram a interrogá-lo.

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