Israel condena decisão "absurda" de alargar direitos da Palestina na ONU
O ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel considerou hoje que a decisão "distorcida" e "absurda" de alargar os direitos dos palestinianos, adotada pela Assembleia-Geral das Nações Unidas, uma instituição "irrelevante", será um obstáculo à libertação dos reféns em Gaza.
© Reuters
Mundo Israel/Palestina
"A decisão absurda de hoje põe em evidência o partidarismo estrutural da ONU e as razões pelas quais, sob a direção do seu secretário-geral, António Guterres, se tornou uma instituição irrelevante", afirmou Israel Katz, citado nas agências internacionais.
O chefe da diplomacia israelita afirmou que o reforço do estatuto da Palestina é "uma recompensa para os terroristas do Hamas" e envia a mensagem de que "a violência compensa".
A Assembleia-Geral da ONU aprovou hoje, com apoio esmagador de 143 países, uma resolução que concede "direitos e privilégios adicionais" à Palestina e apela ao Conselho de Segurança que reconsidere favoravelmente o seu pedido de adesão plena à organização.
O projeto de resolução, apresentado pelos Emirados Árabes Unidos em representação do Grupo de Países Árabes, e copatrocinado por cerca de 40 países, obteve 143 votos a favor -- incluindo de Portugal -, nove contra e 25 abstenções dos 193 Estados-membros da ONU.
Votaram contra este texto países como Israel, Estados Unidos ou Hungria e entre os países que se abstiveram estão Ucrânia, Itália, Reino Unido, Alemanha ou Canadá.
Entre os novos direitos concedidos aos palestinianos nesta resolução estão o seu assento entre os Estados-membros por ordem alfabética, a apresentação de propostas individualmente ou em nome de um grupo perante a Assembleia-Geral, a solicitação do direito de resposta, fazer declarações ou solicitar modificações na agenda, entre outros.
Esta aprovação, considerou o ministro israelita, "complica ainda mais as perspetivas de um acordo", uma vez que, na sua opinião, esta votação dá ao Hamas um "empurrão" nas negociações.
Sobre as perspetivas de retomar o debate sobre a adesão da Palestina como membro de pleno direito da ONU, aberto por esta votação, Katz afirmou que "como toda a gente sabe" os palestinianos "não cumprem os critérios para serem um Estado" e chegou mesmo a declarar que "a Assembleia-Geral violou as suas próprias regras de procedimento".
"Quando se trata de tomar decisões contra Israel, parece que a Assembleia-Geral se permite violar as suas próprias regras", afirmou.
Para concluir, Katz denunciou que "este teatro político que são as Nações Unidas" tomou uma "decisão artificial e dissociada da realidade, que só encoraja o terrorismo", antes de sublinhar que "Israel procura uma paz que só pode ser alcançada através de uma negociação direta entre as partes".
O representante da diplomacia de Israel agradeceu o voto dos países que "não apoiaram ou não subscreveram esta decisão distorcida" e "optaram por se colocar do lado correto da história e da moral".
Leia Também: Hezbollah reivindica disparos de foguetes contra norte de Israel
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com