É "lamentável" que ativista venezuela não possa sair do país
O presidente do Governo espanhol, Mariano Rajoy, classificou hoje de "lamentável" a decisão das autoridades venezuelanas de proibir a saída do país da ativista e esposa do líder da oposição para várias reuniões na Europa.
© Reuters
Mundo Mariano Rajoy
"Podem prender as pessoas mas não os seus ideais. Liberdade para a Venezuela", escreveu Mariano Rajoy numa mensagem na sua conta pessoal do Twitter.
As autoridades da Venezuela proibiram Lilian Tintori de sair do país para uma reunião que estava prevista para segunda-feira, na qual participariam os presidentes da França, Espanha, Alemanha e Reino Unido, e também o presidente do parlamento da Venezuela, único órgão do Estado controlado pela oposição.
A decisão das autoridades da Venezuela surge por ter sido descoberta uma grande quantia de dinheiro no seu automóvel, cerca de 200 milhões de bolívares, o equivalente a 50 mil euros, que a ativista justificou com o pagamento de contas da avó de 100 anos, internada num hospital.
Julio Borges escreveu na sua conta no Twitter que "durante os próximos dias" vai falar sobre a Venezuela com o Presidente francês, Emmanuel Macron, a chanceler alemã, Angela Merkel, a primeira-ministra britânica, Theresa May, e o chefe do Governo espanhol, Mariano Rajoy, políticos que nas últimas semanas criticaram publicamente o Presidente venezuelano, Nicolas Maduro.
Lilian Tintori, mulher de Leopoldo López, um dos principais opositores venezuelanos, em prisão domiciliária, devia acompanhar o presidente da Assembleia Nacional nestas reuniões, mas anunciou que lhe foi confiscado o passaporte e não poderá viajar.
"Acabam de me proibir de sair do país. A ditadura quer impedir-nos de fazer uma importante viagem internacional", escreveu hoje a ativista também no Twitter.
Emmanuel Macron qualificou na terça-feira de "ditadura" o regime da Venezuela, mergulhada há meses numa profunda crise económica, política e institucional.
A Alemanha considerou "não democrática" a eleição de uma Assembleia Constituinte, em julho, e Espanha e o Reino Unido criticaram a constituição dessa Assembleia, tal como os Estados unidos, a União Europeia e uma dezena de países latino-americanos.
A Assembleia Constituinte, dominada por seguidores de Maduro e de Hugo Chávez, assumiu poderes legislativos da Assembleia Nacional, controlada pela oposição desde finais de 2015.
Segundo a agência EFE, que cita "fontes conhecedoras da agenda da viagem", Borges reúne-se na segunda-feira em Paris com Macron, seguindo para Madrid, onde é recebido na terça-feira por Rajoy, depois Berlim, para uma reunião na quarta-feira com Merkel, e Londres, na quinta-feira, para o encontro com May.
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