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Repórteres sem Fronteiras contra julgamento de jornalistas turcos

Os Repórteres sem Fronteiras (RSF) anunciaram hoje uma campanha contra o julgamento, a partir de segunda-feira, em Istambul, de 17 jornalistas e funcionários executivos do diário turco Cumhuriyet.

Repórteres sem Fronteiras contra julgamento de jornalistas turcos
Notícias ao Minuto

15:31 - 21/07/17 por Lusa

Mundo Campanha

"Uma vez mais, os jornalistas são tratados como terroristas por não terem feito mais do que o seu trabalho", denunciou em comunicado o secretário-geral dos RSF, Christophe Deloire, que também criticou "esses processos em massa, essas acusações extravagantes, essas detenções arbitrárias que são tragédias humanas".

Deloire pediu a "maior mobilização possível para dar a entender às autoridades turcas que não podem continuar a reprimir a liberdade de imprensa e o Estado de direito".

A associação, que exige a retirada de todas as acusações e a libertação imediata dos 11 indiciados que ainda se encontram detidos, vai estar presente na audiência a partir de segunda-feira com uma "delegação internacional" que incluirá o seu representante na Turquia, Erol Onderoglu, e organizará previamente uma concentração frente ao tribunal.

Na próxima semana, os RSF, que em 2015 atribuíram ao diário turco o seu prémio de liberdade de imprensa, vai divulgar vídeos de personalidades conotadas com os 'media' em apoio ao Cumhuriyet, também com a participação de eurodeputados e do artista C215, que na segunda-feira efetua uma ação em Paris.

Os RSF sublinharam que a justiça turca acusa a publicação -- com alguns dos indiciados a arriscarem penas até 43 anos de prisão --, de "defender" três organizações que considera "terroristas".

Ancara refere-se ao movimento o movimento do predicador Fethullah Gülen, que o Presidente Recep Tayyip Erdogan responsabiliza pelo golpe de Estado falhado de 15 de julho de 2016, ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) e à formação de extrema-esquerda DHKP/C.

Os RSF argumentam que são "movimentos com ideologias muito distintas" e que o diário "os criticou continuamente".

A organização recordou ainda o Cumhuriyet como "um dos últimos títulos independentes" que publicou investigações "embaraçosas" para o poder.

Em particular, as revelações em 2015 sobre a entrega de armamento turco a grupos 'jihadistas' na Síria, que implicaram a prisão nessa ocasião do seu chefe de redação Can Dundar, agora exilado na Alemanha, e do seu delegado em Ancara, Erdem Gul.

Os 11 indiciados que permanecem na prisão foram detidos entre outubro e dezembro de 2016.

Em Viena, o International Press Institute (IPI) também anunciou que vai integrar o grupo de representantes internacionais que pretendem acompanhar o julgamento.

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