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França e Alemanha cooperam para desenvolver tanque de guerra do futuro

Os ministros da Defesa alemão e francês assinaram hoje em Paris um acordo de cooperação para o desenvolvimento do projeto do Sistema Principal de Combate Terrestre (MGCS, sigla em inglês), apelidado como o tanque de guerra do futuro.

França e Alemanha cooperam para desenvolver tanque de guerra do futuro
Notícias ao Minuto

17:39 - 26/04/24 por Lusa

Mundo ministros da Defesa

Após anos de rivalidade industrial, o acordo hoje assinado pelo ministro alemão, Boris Pistorius, e o seu homólogo, Sébastien Lecornu, responsáveis desde o ano passado por este projeto de cooperação, incide na repartição igualitária entre fabricantes dos dois países no processo de criação deste novo modelo de carro de combate.

"No início do projeto, havia uma visão. Entre a visão e a realização, é claro que houve muito tempo e muito esforço, mas a assinatura de hoje é um verdadeiro marco", disse Boris Pistorius numa conferência de imprensa.

O programa de cooperação em matéria de defesa lançado em 2017 tem como objetivo a substituição dos atuais tanques de guerra, o Leclerc francês e o Leopard 2 alemão, até 2040, em vez de 2035, data estipulada inicialmente.

Financiado em partes iguais por Paris e Berlim e conduzido sob a gestão alemã, o programa foi inicialmente apenas liderado pela KNDS, entidade criada pelas empresas Nexter e KMW, fabricantes dos tanques Leclerc e Leopard 2, respetivamente.

Em 2019, a chegada do fabricante alemão Rheinmetall desestabilizou a estrutura e as divisões planeadas entre os fabricantes.

Para ultrapassar o impasse, "foi preciso partir das necessidades operacionais dos dois exércitos terrestres", ratificadas em setembro passado, segundo explicou Sébastien Lecornu, na mesma conferência de imprensa.

O acordo, alcançado após duras negociações, define o fabricante de cada um dos oito pilares a desenvolver no projeto, entre as quais constam plataformas, torres e canhões, fogos inovadores (como mísseis e armas de efeito dirigido), comunicações ou simulação.

Os ministros não entraram em pormenores sobre a divisão, mas revelaram que está a ser iniciada uma fase de negociações com a indústria para desenvolver o demonstrador MGCS, uma espécie de pré-protótipo para testar os blocos de construção tecnológica, que será fabricado no final da década.

Atualmente, "o objetivo é ter contratos em vigor até ao final do ano, o que é muito ambicioso", afirmou Boris Pistorius.

Até lá, os construtores KNDS e Rheinmetall, bem como muitas outras empresas dos dois países, deverão chegar a acordo sobre a repartição exata das responsabilidades e as modalidades de troca de informações, bem como a criação de uma organização industrial específica.

Numa altura em que a Itália e outros países europeus pretendem aderir ao projeto, este será aberto a parceiros mais cedo do que o esperado, "mas é necessário que os contratos entre os construtores franceses e alemães estejam já concluídos", prosseguiu Boris Pistorius.

Mais do que um tanque de guerra tradicional, o MGCS é um "sistema de sistemas", segundo destacou Sébastien Lecornu, mencionando algumas das características do carro de combate, nomeadamente o facto de ser integrado por outros veículos, tripulados ou não, que apresentam grandes avanços tecnológicos (Inteligência Artificial, 'drones' para proteger o tanque, lasers, entre outros).

Para o ministro francês, este equipamento militar "não é o tanque do futuro, mas o futuro do tanque (...). Somos as primeiras nações a olhar para esta era de 2040 em termos de cavalaria e veículos blindados".

De acordo com Lecornu, o projeto franco-alemão é o mais avançado, uma vez que "os americanos ainda não começaram a pensar" no sucessor do tanque Abrams e os russos "falharam" com o seu tanque T-14 Armata.

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