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Breivik, o neonazi que há seis anos matou 77 pessoas e não se arrepende

Anders Breivik perpetrou um dos atentados mais sangrentos de que há memória na Europa. Passados seis anos, e não existindo sinais de que a sua ideologia extremista tenha mudado, os tribunais continuam a considerá-lo muito perigoso. Em 2012, foi condenado a 21 anos de prisão, uma pena que pode ser prolongada indefinidamente.

Breivik, o neonazi que há seis anos matou 77 pessoas e não se arrepende
Notícias ao Minuto

08:31 - 22/07/17 por Pedro Bastos Reis

Mundo Noruega

O dia 22 de julho de 2011 ficará para sempre marcado como um dos mais trágicos atentados terroristas de que há memória na Europa. Anders Behring Breivik fez explodir uma bomba perto da sede do governo norueguês, em Oslo, causando a morte de oito pessoas. Depois, deslocou-se para a ilha de Utoya, mais propriamente para um campo de férias, onde decorria um evento organizado pelo Partido Trabalhista norueguês, e durante mais de uma hora, disparou tiros contra os jovens presentes no acampamento. Morreram mais 69 pessoas.

Seis anos depois, é difícil não ficar chocado e perturbado com o terror vivido naquela sexta-feira. O que poderá levar uma pessoa a matar indiscriminadamente, de uma forma tão fria e macabra? Breivik, hoje com 38 anos, desde que foi detido que não escondeu os motivos: destruir o “multiculturalismo” e o “islamismo”, em nome do nacional-socialismo.

Breivik sempre reconheceu a autoria dos ataques, e nestes últimos seis anos nunca mostrou arrependimento ou qualquer sinal de ter abandonado a sua ideologia extremista. Em 2012, foi condenado por um tribunal de Oslo a 21 anos de prisão, uma pena que pode ser prolongada indefinidamente, consoante o condenado ser considerado perigoso, o que, segundo a acusação, continua a ser uma realidade.

As presenças do extremista norueguês nos tribunais noruegueses continuam a causar perplexidade. É frequente ver Breivik a fazer a saudação nazi antes de ouvir o juiz. Em janeiro deste ano, a acusação a Breivik reiterou que o homem de 38 está mais perigoso do que nunca e não há qualquer evidência de que o seu comportamento tenha sofrido alterações.

“É muito difícil saber o quão perigoso é Breivik hoje, e ainda mais difícil saber o quão perigoso será amanhã, daqui a um ano, ou daqui a dez”, afirmou o procurador-geral Fredik Sejersted, citado pelo The Guardian.

No entanto, Breivik continua a bater-se com os tribunais noruegueses, denunciando que os seus direitos têm sido sistematicamente violados na prisão.

Confronto com os tribunais e mudança de nome

Breivik foi condenado, em 2012, por terrorismo e assassínio em massa, tendo-lhe sido aplicada a pena de prisão mais elevada na Noruega, que pode ser prolongada indeterminadamente. Desde então que está em solitária, afastado dos restantes prisioneiros, por ser considerado muito perigoso.

Apesar deste isolamento, Breivik tem três celas só para si, tendo ao seu dispor uma televisão, uma consola de jogos, um computador sem acesso a internet, e vários aparelhos de musculação. Para além disso, tem também uma zona de estudo e uma cozinha própria.

Contudo, têm sido frequentes as denúncias feitas pelo extremista, que diz ser alvo de um tratamento desumano e degradante na prisão, o que, segundo o próprio, tem afetado o seu estado mental. O advogado de Breivik, Oystein Storrvik, corrobora, alertando que o seu cliente está “mentalmente vulnerável” devido ao isolamento na prisão.

O Estado norueguês chegou mesmo a perder um processo em tribunal, em abril de 2016, que, na altura, afirmou que os direitos de Breivik estavam mesmo a ser violados. No entanto, a decisão foi revertida. “Breivik não é nem foi sujeito a tortura ou a tratamento desumano”, lê-se no acórdão, citado pelo The Guardian. “Não há nenhuma indicação clara de que Breivik tenha sido sujeito a danos provenientes de isolamento durante a sua pena de prisão”. O caso seguiu depois para o Tribunal Supremo, que recusou ouvir o neonazi.

Em junho deste ano, Anders Breivik decidiu mudar de nome, algo que a lei norueguesa permite. Chama-se agora Fjotolf Hansen, confirmou o seu advogado à BBC, não tendo sido avançadas mais informações relativamente ao motivo que esteve na origem da decisão do extremista.

Certo é que Anders Breivik, ou agora Fjotolf Hansen, em nome de ideais neonazis, perpetrou um dos atentados terroristas mais sangrentos de que há memória na Europa. Seis anos depois, a revolta e o choque mantêm-se, ao mesmo tempo que vários grupos e partidos de extrema-direita crescem na Europa, diz-se até que alguns inspirados em Breivik.

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