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Anders Breivik diz que isolamento prisional o tornou mais radical

O assassino em série norueguês Anders Behring Breivik, que em 2011 matou a tiro e com bombas 77 pessoas, disse hoje em tribunal que o isolamento na prisão o afetou fisicamente, levando a que se radicalizasse ainda mais.

Anders Breivik diz que isolamento prisional o tornou mais radical
Notícias ao Minuto

12:40 - 12/01/17 por Lusa

Mundo Noruega

O extremista de 37 anos, que tem sido mantido em confinamento solitário desde que em 2012 foi sentenciado a 21 anos de prisão, apresentou-se calmo perante o coletivo de três juízes, a quem se queixou de ser obrigado a despir-se completamente perante os guardas prisionais cinco vezes por dia.

Vestido com um fato preto e gravata, impávido e frio, Breivik concordou num discurso coerente e desprovido de emoção com os procuradores noruegueses, que alertaram para o facto de o autoproclamado neonazi se ter radicalizado ainda mais na prisão.

"Eu fui afetado pelo isolamento... [e a] radicalização foi uma consequência disso", disse. "Não me magoaram pouco, eu sofri fortes danos físicos", alegou ainda, de acordo com a agência Associated Press.

Breivik está há três dias a contestar, perante um tribunal montado na prisão de alta segurança em Skien, a 135 quilómetros a sudoeste de Oslo, um recurso do Ministério Público do país contra uma decisão judicial proferida em abril último que determinou que as condições do seu isolamento violavam os direitos humanos.

No ano passado, Breivik processou o Estado norueguês, alegando que o confinamento solitário a que foi submetido, frequentes buscas depois de despido totalmente, e a recorrência ao algemamento durante a fase inicial da sua prisão violavam os direitos humanos.

Um tribunal de Oslo deu-lhe razão numa decisão proferida em abril último, considerando que o seu isolamento é desumano e degradante e contrário à Convenção Europeia dos Direitos Humanos, responsabilizando ainda o Estado pelos custos judiciais.

Em contrapartida, o mesmo tribunal não deu razão ao assassino, que na altura reclamou também que o seu direito ao respeito pela vida familiar e privada estava a ser violado pela restrição de contactar outros extremistas de direita, uma decisão de que Breivik entretanto recorreu.

O Ministério Público norueguês mantém que Breivik é perigoso e deve ser mantido em isolamento na prisão de alta segurança em que se encontra.

Em alegações perante o tribunal que antecederam as de Breivik, o seu advogado, Oystein Storrvik, afirmou que o controlo das comunicações com o mundo exterior a que o seu constituinte é sujeito representam uma "violação clamorosa dos direitos humanos", argumentando que a censura frequente da sua correspondência, com a obliteração de parágrafos inteiros, significa que Breivik está impedido de manter uma comunicação regular com pessoas fora do sistema prisional.

O tribunal reservou seis dias para audições e a sentença deve ser anunciada em fevereiro próximo.

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